A mulher que acusa o ex-jogador de futebol Daniel Alves de tê-la estuprado reforçou a afirmação nesta segunda-feira (5), quando teve início, na Espanha, o julgamento sobre o caso. Duas testemunhas de acusação também reafirmaram as denúncias, segundo a imprensa espanhola.
O julgamento está previsto para durar três sessões, até a próxima quarta-feira (7). A pedido da defesa do ex-jogador, ele será o último a depor, já na quarta. Daniel ouviu os depoimentos prestados nesta segunda, quase sempre cabisbaixo dentro do tribunal, como mostram fotos registradas no local.
De acordo com o jornal espanhol El Correo, a mulher que fez a acusação prestou depoimento a portas fechadas, sem permissão de acesso da imprensa, como medida de proteção. Ela reafirmou a versão que já tinha contado antes: depois de dançar com o jogador, teria sido levada a um banheiro da boate onde estavam, onde teria acontecido o estupro.
Entre as testemunhas que depuseram nesta segunda está a prima da mulher que acusa o jogador e que estava com ela na boate da cidade de Barcelona, onde teria ocorrido o crime. A familiar disse que a vítima contou ter sofrido "muitos danos", e que chorou muito desde o episódio, conforme relatou o jornal El País, que destacou ainda que os relatos das testemunhas de acusação coincidem.
A prima teria afirmado ainda que o jogador colocou as mãos na "zona íntima", segundo o jornal. Uma amiga que também estava na boate disse que se sentiu tensa já no momento em que foi apresentada a Daniel Alves, quando ele deslizou a mão pelas costas dela até próximo das nádegas.
O El Correo destacou ainda o depoimento de um dos seguranças da boate, que afirmou ter visto no dia a jovem chorando e "muito alterada" e que, na ocasião, ele achou que ela poderia ter passado por uma briga com o namorado.
Daniel Alves está preso desde 20 de janeiro do ano passado. Ele já teve quatro pedidos de liberdade negados, pois a Justiça espanhola entendeu que havia risco de fuga para o Brasil, de onde ele não poderia ser extraditado.
Desde que foi preso e acusado, Daniel se contradisse diversas vezes. Ele chegou a negar qualquer relação e dizer que não conhecia a mulher que o acusa de estupro. Meses mais tarde, afirmou que teve relações sexuais sem penetração. E, em outro depoimento, reconheceu que houve penetração, e que tinha mentido antes para tentar preservar o casamento (a então esposa do jogador pediu divórcio em consequência do caso).
Por outro lado, a vítima e testemunhas apresentaram relatos coerentes (incluindo a descrição de tatuagens íntimas do jogador) e exames que indicaram lesões características de estupro. Imagens do local mostram que os dois ficaram cerca de 15 minutos dentro do banheiro, onde teria ocorrido o ataque.
Se condenado, Daniel poderá receber uma pena de até nove anos de prisão. Além disso, deverá pagar indenização de cerca de 150 mil euros à vítima.
Edição: Thalita Pires