O professor do curso de direito da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Fábio da Silva Bozza, foi demitido após ser denunciado por assediar estudantes indígenas da instituição. A demissão foi publica no Diário Oficial da União (DOU) no último dia 05.
Em maio de 2023, uma estudante indígena da instituição formalizou denúncia contra o professor por assédio sexual e importunação sexual. Após esta formalização, diversas outras estudantes se sentiram encorajadas a também apresentarem seus relatos. De acordo com as denúncias, o professor agia desta forma desde sua chegada à universidade, porém somente em 2023 aconteceu uma denúncia formal.
A demissão foi publicada no DOU após o professor passar por um Processo Administrativo Disciplinar (PAD). "Após a conclusão do Processo Administrativo Disciplinar (PAD), no qual foram assegurados os princípios da ampla defesa e do contraditório em todos os seus atos processuais, a demissão do servidor foi oficialmente publicada no Diário Oficial da União", afirmou a universidade através de nota enviada por sua assessoria de comunicação.
De acordo com Marcley Pataxó, presidente do Núcleo Central dos Estudantes Indígenas (NCEI), as alunas que denunciaram foram assistidas por representações que atuaram em conjunto durante todo o processo. Além do NCEI, são mencionados outros núcleos, como o Manoel Severino, representantes do Centro de Formação em Ciências Humanas e Sociais e do Curso de Direito e DCE.
"Agora devemos lutar para que o servidor responda por seus crimes na justiça comum, que responda criminalmente e penalmente por seus atos!", afirma Marcley Pataxó.
O presidente da NCEI destacou ainda a importância da luta organizada dos estudantes para coibir atos de violência como os vivenciados pelas estudantes.
Lembre o caso
Logo após a instauração do PAD, em maio de 2023, o professor foi afastado das funções na universidade. Uma das estudantes que fez a denúncia contou ao Brasil de Fato BA que o professor tentou se desculpar após saber que a denúncia havia sido formalizada. Ele também tentou pressioná-la afirmando que o caso não avançaria por falta de provas.
Ao Brasil de Fato BA, a jovem contou que o assédio começou quando ingressou na universidade. “Eu já não estava conseguindo ir às aulas e um pânico, ansiedade, tomaram conta de mim”, contou. Ela afirmou que se encorajou a formalizar a denúncia após o professor tocar seu seio sem seu consentimento, gesto que a deixou em choque e paralisada.
A denúncia foi apresentada na Delegacia Especializada de Atendimento a Mulheres (DEAM) da região e também formalizada junto à universidade. Após o caso ganhar repercussão, outras estudantes indígenas também se sentiram encorajadas a apresentarem seus relatos no âmbito do PAD, que considerou o professor culpado, decidindo pela sua demissão.
Tentamos entrar em contato com o professor, mas não foi possível. Mantemos o espaço aberto para sua manifestação.
Fonte: BdF Bahia
Edição: Alfredo Portugal