O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, anunciou na última quinta-feira (8) a demissão do comandante das Forças Armadas ucranianas, Valery Zaluzhny, e nomeou em seu lugar o coronel-general Alexander Syrsky, comandante do grupo de tropas do país na frente oriental.
"A partir de hoje, uma nova equipe começa a liderar as Forças Armadas da Ucrânia. […] Nomeei o Coronel General Syrsky como Comandante-em-Chefe das Forças Armadas da Ucrânia", anunciou Zelensky em mensagem de vídeo.
O presidente classificou Syrsky como "o comandante ucraniano mais experiente" e lembrou que ele foi responsável pela defesa bem-sucedida de Kiev no início da guerra e depois uma ofensiva bem-sucedida no outono de 2022 na região de Kharkiv.
"Espero tais mudanças nas Forças Armadas da Ucrânia em um futuro próximo: um plano de ação realista e detalhado para as Forças Armadas da Ucrânia para 2024 deve estar sobre a mesa. Tendo em conta a situação real no campo de batalha agora e as perspectivas", acrescentou Zelensky.
A troca de comando acontece após meses de rumores sobre uma crise entre Zelensky e Zaluzhny. O aumento das divergências entre os dois representou a principal crise institucional da Ucrânia desde o começo da guerra no país iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022.
A tensão entre Zelensky e Zaluzhny se arrastava desde novembro do ano passado em meio ao fracasso da contraofensiva ucraniana contra a Rússia. Na ocasião Zaluzhny afirmou que a situação na linha de frente da guerra estava em um impasse, o que posteriormente foi negado pelo presidente ucraniano.
Na semana passada, quando ainda estava no comando das Forças Armadas da Ucrânia, Zaluzhny publicou um artigo sobre a nova estratégia que, na sua opinião, Kiev deveria utilizar para vencer a guerra com a Rússia. Ele admitia que a Ucrânia é inferior ao inimigo no número de armas e na mobilização de recursos humanos e propunha apostar na expansão da produção e utilização de drones. As posições de Zaluzhny foram encaradas como insubordinação ao chefe de Estado, colocando em xeque a liderança de Zelensky.
Edição: Lucas Estanislau