O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, criticou o fornecimento de armas a Israel pelos EUA e por países europeus, dizendo que "se a comunidade internacional acredita que isso é um massacre, que muitas pessoas estão morrendo, talvez devêssemos pensar no fornecimento de armas".
As falas vêm no mesmo dia em que Israel matou dezenas em Rafah, cidade que abriga mais de 1 milhão de refugiados palestinos, durante uma operação que libertou dois reféns israelenses.
"Quantas vezes ouvimos líderes dizerem que muitas pessoas estão morrendo? O presidente [Joe] Biden disse que isso é excessivo; não é proporcional. Bom, se ele acha que muitas pessoas estão morrendo, talvez devesse fornecer menos armas", disse Borrell.
O funcionário da UE se referia a um discurso feito pelo presidente dos EUA na última sexta-feira (9), após o segundo dia de ataques israelenses contra Rafah, durante o qual o democrata considerou "excessivo" o massacre israelense na Faixa de Gaza.
O diplomata criticou ainda a intenção do governo israelense de retirar os habitantes da Faixa de Gaza. "Para onde eles vão levá-los? Para a Lua?", questionou.
Segundo o Ministério da Saúde em Gaza, até o momento mais de 28 mil palestinos já foram mortos desde o início das hostilidades israelenses contra a região, a maioria mulheres e crianças.
Com a iminência de uma invasão terrestre em Rafah, o Hamas, a ONU e até aliados de Israel, como os EUA e países europeus, pedem que o premiê Benjamin Netanyahu desconsidere a ofensiva.
A cidade de Rafah está localizada ao sul da Faixa de Gaza e faz fronteira com o Egito. Ela é usada como ponto de espera por milhares de palestinos que tentam deixar o território para escapar dos ataques israelenses.
Edição: Rodrigo Durão Coelho