*texto atualizado às 19h50 para inclusão do posicionamento da Prefeitura
A Prefeitura de São Paulo, sob gestão de Ricardo Nunes (MDB), teria comprado por R$ 5,52 cada garrafa pet de 500ml de água, em um contrato de 252 mil unidades, para atender aos funcionários do município que trabalharam durante o Carnaval.
A acusação foi feita por Nabil Bonduki, ex-secretário municipal de Cultura em São Paulo e também ex-vereador. Em suas redes sociais, o arquiteto afirmou nesta quarta-feira (14) que para o prefeito Ricardo Nunes, "o Carnaval é uma farra de superfaturamento".
"Em uma rápida pesquisa de preços de varejo, vemos que é possível comprar 12 unidades de água Lindoia por R$ 0,92 a unidade. Imaginem se fossem 252 mil! Uma diferença de R$ 4,60 por unidade, gerando um prejuízo de R$ 1.159.200 para a prefeitura", escreveu em seu perfil no X.
A Prefeitura de São Paulo comprou por R$ 5,52 cada garrafa pet de 500ml de água, em um contrato de 252 mil unidades, para atender a equipe que trabalhou no Carnaval! Para a gestão Nunes, Carnaval é uma farra de superfaturamento! ++ pic.twitter.com/sUnugbxSxd
— Nabil Bonduki (@NabilBondukiSP) February 14, 2024
O contrato firmado com a empresa AMBP Promoções e Eventos Empresariais LTDA também previu o fornecimento de dois kits de lanches: 33.103 unidades do kit A no valor unitário de R$ 20,92 e mais 33.103 unidades do kit B no valor unitário de R$ 23,01. No total, o contrato ficou no valor de R$ 2.845.254,57.
Este não é o único contrato de prestação de serviços da Prefeitura com a AMBP Promoções e Eventos Empresariais LTDA. Em uma pesquisa rápida pelos contratos municipais, é possível encontrar o nome da empresa em outros documentos. O grupo também já firmou diversos contratos com o governo federal, de acordo com o Portal da Transparência. O mais antigo é de junho de 2013.
Segunda denúncia de Nabil Bonduki
Dias antes, o arquiteto já havia denunciado que a Prefeitura pagou 2,1 milhões ao Grupo Top, em parcela única, para que crianças e adolescentes tivessem um espaço do município para formação durante os dias do desfile das escolas de samba no Carnaval, no Sambódromo do Anhembi.
A empresa afirmou, no pedido de licitação, que o público do projeto foi destinado para crianças entre cinco e 13 anos de idade, da Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA), e a partir de 14 anos, da Rede DaOra.
No entanto, o dinheiro foi utilizado para a criação de um camarote open bar. O contrato foi firmado sem licitação e com parecer contrário da Procuradora. No bar do camarote havia caipirinha, cerveja, gin, mojito, refrigerante, água e suco. O contrato também previu 25 ingressos por dia, somando 100 ingressos, com R$ 350 de consumação em cada cartão, por dia e não cumulativo para os demais dias.
Procurada, a Prefeitura de São Paulo afirmou em nota, que o preço apresentado no Diário Oficial é composto por "custos logísticos, impostos e mão se obra". Leia a nota completa:
"A Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) esclarece que a licitação atendeu a todos os requisitos da lei e a empresa contratada ofereceu o menor preço pelos produtos. O preço da unidade da garrafa de água é de R$ 1,70. Sobre esse preço, incidem valores referentes à logística de distribuição por toda a cidade, além de impostos e mão de obra. A água é entregue às equipes da Polícia Militar, CET e Guarda Civil Metropolitana e demais profissionais envolvidos com o Carnaval."
Edição: Thalita Pires