Após uma ordem do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), a Corregedoria da Brigada Militar vai investigar a abordagem da polícia gaúcha que, neste sábado, (17), deteve um motoboy negro que foi esfaqueado na rua. Apesar de ter sido vítima de agressão, ele foi levado por brigadistas militares acusado de desacato a autoridade.
O caso chamou a atenção e causou revolta entre as pessoas que estavam nas imediações do local, já que, em um primeiro momento, a Brigada Militar (nome da Polícia Militar no Rio Grande do Sul) não teria abordado o agressor, que pôde retornar para o apartamento onde mora e guardar a faca, segundo relatos nas redes sociais.
O episódio ganhou repercussão nas redes graças a um vídeo postado pelo professor Renato Levin Borges, de 40 anos, em seu perfil no X/Twitter retratando o ocorrido. Tanto o agressor quanto o motoboy negro acabaram sendo levados pela polícia para prestar depoimento e liberados depois.
Com a repercussão do caso, o governador Eduardo Leite foi às redes sociais anunciar que havia determinado à Corregedoria da Brigada Militar a abertura de uma sindicância para ouvir todos os envolvidos na abordagem.
Sobre a prisão de um homem negro que seria vítima de tentativa de homicídio em POA, determinamos via Corregedoria da @brigadamilitar_ a abertura de sindicância para ouvir imediatamente testemunhas e apurar as circunstâncias da ocorrência, com a mais absoluta celeridade.
— Eduardo Leite (@EduardoLeite_) February 17, 2024
Após a determinação do governador, a Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul divulgou nota, às 22h48 de sábado informando sobre a abertura da sindicâncias e as investigações da Polícia Civil.
"A Polícia Civil registrou dois boletins de ocorrência – um por lesão corporal e outro por abuso de autoridade – e investigará os casos por meio de novos depoimentos de testemunhas e análise das imagens", diz trecho da nota.
Racismo perverte as instituições, diz Silvio Almeida
Após o ocorrido, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida afirmou neste domingo (18) em seu perfil oficial no X/Twitter que o episódio retrata como o racismo "perverte" as instituições no país e anunciou que irá, junto com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, entrar em contato com as autoridades gaúchas e ajudar na construção de políticas de combate ao racismo:
O caso do trabalhador negro, no Rio Grande do Sul, que tendo sido vítima de agressão acabou sendo tratado como criminoso pelos policiais que atenderam a ocorrência, demostra, mais uma vez, a forma como o racismo perverte as instituições e, por consequência, seus agentes.
— Silvio Almeida (@silviolual) February 18, 2024
É…
Edição: Thalita Pires