As declarações do presidente Lula (PT) relacionando o holocausto de judeus com o genocídio promovido por Israel contra palestinos incendiou o debate sobre o tema em todo o mundo.
A fala de Lula aconteceu durante sua viagem à Etiópia, em um evento da União Africana de Nações. O presidente não fez uma comparação numérica de mortes, mas indicou que os métodos adotados por Israel contra toda a população da Faixa de Gaza se assemelham aos utilizados por Hitler.
Na mídia brasileira, as críticas foram intensas, já que boa parte delas defende as ações de Israel na Palestina.
Este é um dos destaques do Tempero da Notícia, programa produzido pelo Brasil de Fato, apresentado pelo jornalista Rodrigo Vianna.
Israel partiu para o ataque
O governo de Benjamin Netanyahu fez um espetáculo a partir da declaração de Lula. Além de ser declarado uma "persona non grata" em Israel, o equivalente a dizer que o presidente não é bem vindo na região, o Ministério das Relações Exteriores de Israel convocou o embaixador brasileiro e promoveu um ato de humilhação pública.
Em resposta, o Brasil chamou embaixador Fernando Meyer para um encontro em Brasília e também fez uma convocação ao embaixador israelense no Brasil.
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Na esteira das críticas a Lula, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, quis tirar uma "casquinha", ao dizer que Lula deveria se retratar sobre a declaração. Pacheco, no entanto, foi altamente criticado por parlamentares, entre eles Omar Aziz (PSD-AM), que é filho de palestinos e fez apontamentos contundentes à fala do presidente do Senado.
"Vossa excelência poderia tipificar o que está acontecendo lá, com a morte de 10 mil crianças e mulheres? E até agora, quantos terroristas do Hamas foram mortos ou presos pelo Estado de Israel?", apontou Aziz.
Panela de Pressão
Quem vai para a Panela de Pressão nesta semana é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os militares de seu entorno no Palácio do Planalto. Eles foram chamados a depor na Polícia Federal e escolheram ficaram em silêncio, ao contrário da postura pública de Bolsonaro, de enfrentamento à Justiça, em especial contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
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É direito de qualquer réu ficar em silêncio, mas as poucas palavras nos depoimentos – realizados todos no mesmo dia e horário – mostram que os investigados têm algo a esconder. Os únicos que decidiram falar foram o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres.
Há muitas provas, delações e indícios variados que ligam os investigados à tentativa de articular um golpe antes das eleições presidenciais de 2022.
Indícios apontam que é possível que prisões estejam próximas de acontecer. O Exército, inclusive, preparou celas especiais onde generais podem, pela primeira vez na historia brasileira, cumprir prisão por atentar contra a democracia.
Cafezinho
O Cafezinho desta semana é dedicado ao ex-ministro da Justiça – e agora ministro do STF – Flávio Dino. Tem trajetória especial na vida política brasileira e além de deputado federal, Dino foi senador e governador pelo Maranhão.
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Tem também carreira acadêmica, sendo professor e juiz federal. Agora, Dino se torna o terceiro ministro indicado por Lula à Suprema Corte e o sexto ministro indicado por presidentes petistas.
Entre os mais de 300 processos herdados da antecessora, Rosa Weber, Dino será relator de temas importantes, inclusive julgamentos que envolvem bolsonaristas e o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.
Onde assistir
O Tempero da Notícia vai ao ar todas as sextas-feiras, às 20h, no canal do Brasil de Fato no YouTube e na TVT, canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.
Moradores do estado de São Paulo podem acompanhar o programa pela Rádio Brasil Atual (98,9 FM na Capital Paulista e 93,3 FM na Baixada Santista), nos mesmos horários.
As edições também estão disponíveis nas plataformas de podcasts e podem ser escutadas no Deezer, Spotify, Google Podcasts, Itunes e Pocket Casts.
Edição: José Eduardo Bernardes