AJUDA URGENTE

Milhares em Gaza 'podem morrer de fome nos próximos dias'; Biden fala em trégua já na segunda-feira

Presidente dos EUA é criticado por estar com um sorvete enquanto falava de guerra que já matou quase 30 mil palestinos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |
A ajuda humanitária entra a conta-gotas pelo Sul de Gaza e a fome no norte é total - AFP

A fome generalizada e a desidratação podem matar milhares de pessoas nos próximos dias na Faixa de Gaza se não entrar urgentemente uma quantidade significativa de ajuda no território palestino. As declarações foram feitas por um porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza à emissora Al Jazeera.

"O  que está acontecendo no Norte da Faixa de Gaza é fome de verdade. Já registramos duas mortes por desnutrição e muitos outros que passam pelo mesmo problema podem morrer a qualquer momento", disse Ashraf al-Qudra. Segundo as autoridades de Gaza, mais de 29,8 mil palestinos já morreram desde que Israel iniciou as ofensivas contra a região, em outubro do ano passado.

"Pedimos para que as agências mapeiem os abrigos para documentarmos o aumento da fome. Essa fome crescente pode matar milhares nos próximos dias por desnutrição e desidratação, na frente do mundo. É preciso que ajuda entre na Faixa de Gaza e chegue a essas áreas, no norte e no sul, para impedir essa catástrofe", afirmou.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês) afirmou que as tropas de Israel bloqueiam "sistematicamente" seu acesso à população de Gaza. "Todos os comboios recebem disparos e o acesso às pessoas necessitadas é sistematicamente negado", afirmou Jens Laerke, porta-voz da entidade.

Tomando sorvete, Biden fala em cessar-fogo

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que já na próxima segunda-feira pode começar um cessar-fogo em Gaza, para entrada de ajuda e troca de reféns. O plano está sendo negociado com a ajuda de EUA, Egito, Catar, França e outros países. 

"Minha esperança é que tenhamos um cessar-fogo na próxima segunda-feira. Estamos perto, mas não estamos lá ainda", disse Biden. 

O presidente foi criticado por fazer as declarações sobre o massacre que já matou quase 30 mil pessoas em Gaza enquanto empunhava um sorvete de casquinha, em Nova York, nesta segunda (26). Ele foi acusado de não ter demonstrado a seriedade que o tema pede, segundo a imprensa dos EUA.

 

Edição: Lucas Estanislau