A vacina que ajuda o sistema imunológico a se proteger da variante XBB do coronavírus deve chegar ao Brasil em março deste ano ao Sistema Único de Saúde (SUS), como informou Ethel Maciel, secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, por meio de seu perfil no X/Twitter. A compra foi feita de forma emergencial ainda em 2023, quando a variante chegou ao país.
A secretária aproveitou o informe para ressaltar a importância da testagem para todos que estejam com sintomas compatíveis com a covid-19 ou tiveram contato com pessoas infectadas. Nas últimas semanas, o número de casos aumentou. O Ministério da Saúde relaciona o crescimento às festividades do Carnaval.
Em 2024, até a sexta semana epidemiológica (10 a 16 de fevereiro), foram notificados 4.937 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) hospitalizados, com 41% (2.020) casos com identificação do vírus respiratórios. Destes, 64% foram em decorrência da covid-19. Em relação aos óbitos, no mesmo período, foram notificados 506 óbitos de SRAG, com 56% (283) de identificação de vírus respiratórios. Destes, 91% foram em decorrência da covid-19. Os dados são do último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.
Também em março, mais testes rápidos devem chegar ao Brasil. "Receberemos mais testes rápidos essa semana, e mais 40 milhões em março, mas temos muitos testes de PCR e esse meio de testagem é importante para a vigilância, pois podemos sequenciar a partir dessas amostras e observar a presença das variantes no país."
A vacina atualizada com alvo na XBB está prevista de chegar no país em março de 2024, segundo a farmacêutica. Fizemos a compra de forma emergencial, o que fez com que a entrega fosse mais rápida dentro do nosso contexto, com o processo aberto desde 2023 🧶
— Ethel Maciel, PhD (@EthelMaciel) February 27, 2024
A pasta recomenda principalmente a vacinação para crianças de seis meses a menores de cinco anos e grupos com maior risco de desenvolver formas graves da doença: idosos; imunocomprometidos; gestantes e puérperas; trabalhadores da saúde; pessoas com comorbidades; indígenas, ribeirinhos e quilombolas; pessoas em instituições de longa permanência e trabalhadores; pessoas com deficiência permanente; pessoas privadas de liberdade; adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas; funcionários do sistema de privação de liberdade; e pessoas em situação de rua.
Para esse público, a vacinação contra a covid-19 entrou no calendário anual do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Para outros públicos, que estão com o esquema vacinal completo, a secretária afirmou que não são necessários "reforços periódicos".
"Em virtude das características do vírus, não precisamos de reforços periódicos, e ficamos protegidos por muito tempo. [Com] as [vacinas] da covid-19, o principal propósito é reduzir o risco de gravidade, especialmente naqueles que têm um risco maior de agravar", como idosos e crianças. Com os dados da pasta, é possível ver que idosos e crianças são os mais infectados, a cada 100 mil habitantes. Nos casos de mortes, os idosos lideram.
A diretriz do Ministério da Saúde segue as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). "A OMS recomenda a vacinação de reforço para grupos que têm esse maior risco de doença mais grave, se essa recomendação mudar, nós também mudaremos aqui no país", disse Maciel.
De acordo com o Ministério da Saúde, desde o início da vacinação contra a covid-19 no Brasil, em 17 de janeiro de 2021, até 6 de fevereiro de 2024, foram aplicadas 517 milhões no público em geral, sendo 6,7 milhões em crianças com menos de cinco anos de idade.
Neste momento, apenas 6% das crianças com idade entre seis meses e dois anos e 6,4% das crianças de três a quatro anos receberam o esquema completo de vacinação monovalente – a cobertura bivalente é somente para crianças a partir de 12 anos. O percentual está muito abaixo da meta de 90% de cobertura vacinal.
Edição: Thalita Pires