O número de pessoas mortas por intervenção de agentes do estado no Rio de Janeiro caiu drasticamente mais uma vez no primeiro mês do ano, em comparação com 2023.
Os 57 óbitos registrados este ano são quase a metade dos 104 ocorridos em janeiro do ano passado. Esse índice se refere às pessoas que foram mortas por algum agente de segurança em serviço, o que antigamente era chamado de auto de resistência.
As quedas em comparação com o ano anterior são consistentes desde maio do ano passado, quando houve a instalação de câmeras nos uniformes dos policiais militares, iniciada no mesmo mês e avançada gradativamente.
Hoje, mais de 12.700 câmeras monitoram o trabalho dos agentes de todos os batalhões do estado, incluindo os grupamentos especializadas.
O Bope, Batalhão de Operações Especiais, que é uma unidades mais letais, começou a usar as câmeras agora em janeiro. Os equipamentos captam a rotina dos agentes de forma ininterrupta e não podem ser retirados ou pausados pelos policiais.
Todas as imagens são armazenadas por 60 dias em uma Central, de onde também podem ser vistas em tempo real. De acordo com a Secretaria de Polícia Militar, o material está disponível para a requisição de órgãos de controle como a Defensoria Pública e o Ministério Público.
No entanto, em agosto do ano passado, a Defensoria denunciou que recebeu imagens manipuladas, direcionadas para fora do ponto de ação, ou com a câmera obstruída. A PM diz que casos de mau uso do equipamento são investigados.
A diminuição das mortes por intervenção de agentes do estado impactou bastante o índice geral de letalidade violenta do estado, que em janeiro chegou ao menor número desde 2016. Foram 317 vítimas, contra 375 no ano passado.
Além dos casos de mortes por intervenção, esse indicador engloba os homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas por morte.