MEIO AMBIENTE

Abandonada pela prefeitura, ilha em Petrolina está sendo cuidada por voluntários

Cartão postal no Vale do São Francisco, Ilha do Fogo vive abandono há anos

Brasil de Fato | Recife (PE) |
A Ilha do Fogo possui uma área praiana de terreno acidentado. Formada por uma única rocha, o terreno eleva-se ao poente, formando um morro de aproximadamente 20 metros de altura. - Salve a Ilha do Fogo

A Ilha do Fogo, localizada no rio São Francisco, na divisa entre Pernambuco e Bahia, destaca-se como um cartão postal para quem visita Petrolina (PE) ou Juazeiro (BA). Com duas praias de fácil acesso, a ilha tem sido frequentada por banhistas ao longo dos anos. Mas o acúmulo de lixo e falta de infraestrutura têm prejudicado a experiência dos visitantes.

Em 2015, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão concedeu um termo de cessão provisória da Ilha do Fogo para o município de Petrolina, passando as responsabilidades de administração e preservação para a prefeitura local.

Mas a Prefeitura de Petrolina, em resposta ao Brasil de Fato Pernambuco, afirma que a questão da titularidade da ilha entre os estados de Pernambuco e Bahia ainda não foi definitivamente regulamentada. Assista à reportagem.

Diante do abandono da ilha, a jovem Manuella Tyler, moradora de Juazeiro (BA), idealizou o coletivo Salve a Ilha do Fogo, em 2022, com o objetivo de transformar o local. "Quando eu começo a enxergar e frequentar aquele lugar e vejo que está às traças, o primeiro passo é pensar na criação de um site e redes sociais para institucionalizar o nosso movimento", diz Manuella.

O movimento realiza mutirões de limpeza e promove atividades socioculturais, destacando a relevância cultural e social da ilha. Desde sua criação, o coletivo já recolheu mais de 800 sacos de lixo da ilha e ofereceu um espaço de destaque para artistas locais durante suas atividades socioculturais.

Segundo Priscila Brito, voluntária do coletivo, a ilha não recebe investimentos para manutenção e preservação do espaço, apesar de sua importância social. "Vemos isso desde a disputa se a Ilha do Fogo é de Pernambuco ou da Bahia. Fica essa guerra entre poderes e ninguém se responsabiliza pela ilha. É terra de ninguém", conclui.

Enquanto isso, o coletivo também realiza ações de educação ambiental, visando disseminar conhecimentos e técnicas de preservação do meio ambiente, como ressalta Ygor Lima, técnico ambiental voluntário do projeto. "Essa é a importância da educação ambiental: propagar o conteúdo científico, trazer informação à população e trazer mais qualidade de vida para as pessoas", afirmou.

A próxima atividade do coletivo na Ilha do Fogo está agendada para o mês de março e inclui uma gincana com premiação para os vencedores. Para conhecer mais, tornar-se voluntário ou contribuir, acesse o site do movimento.

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Vinícius Sobreira