Oficina de teatro

Bando de Teatro Olodum abre inscrição gratuita para Oficina de Performance Negra em Salvador (BA)

Inscrições online podem ser feitas até dia 15; oficinas serão realizadas nos bairros de Alagados, Plataforma e Centro

Brasil de Fato | Salvador (BA) |
Bando de Teatro Olodum realiza mais uma edição da Oficina de Performance Negra - Maíse Xavier

Estão abertas até o próximo dia 15 as inscrições para mais uma edição da Oficina de Performance Negra, oferecida gratuitamente pelo Bando de Teatro Olodum. Há mais de uma década, a companhia compartilha sua linguagem artística por meio de oficinas em comunidades periféricas, formando novos talentos das artes cênicas, comprometidos com a valorização da cultura afro-brasileira.

Os participantes recebem aulas de teatro, música, dança e memória e identidade negra, ministradas pelos artistas do Bando, em uma metodologia própria consolidada pelo grupo ao longo dos quase 34 anos de trajetória nos palcos e nas telas. O Bando é responsável por mais de 30 espetáculos teatrais montados, além da participação em séries e filmes, como Ó Paí, Ó.

A edição 2024 da Oficina de Performance Negra do Bando de Teatro Olodum acontecerá entre março e junho, em três núcleos: Subúrbio, no Centro Cultural Plataforma; Cidade Baixa, no Espaço Cultural Alagados; e Centro Histórico, nas dependências do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), com 20 vagas em cada unidade.


Inscrições para oficina são gratuitas e podem ser feitas através de formulário online / Maíse Xavier

Ao final da formação, cada núcleo fará uma mostra, e o encerramento será com um espetáculo reunindo todos os participantes. Para participar da oficina é preciso ter mais de 18 anos, mas não é necessário ter experiência em artes cênicas. As inscrições podem ser feitas através de formulário online.

“Com as oficinas de Performance Negra, o Bando se conecta com os diversos públicos e movimentos artísticos da cidade, compartilhamos nossas experiências, inspiramos os talentos que estão nas comunidades negras e que são despertados nas trocas com os artistas veteranos por meio de uma metodologia desenvolvida pelo Bando, que une o teatro, a dança, a música e uma tomada de consciência sobre nosso papel como artista negro em uma sociedade racista”, explica o ator Fabio Santana, que  integra o Bando de Teatro Olodum desde 2002.  

Projeto celebra Cabaré da Rrrrraça

A Oficina integra o projeto Cabaré da Rrrrraça 25+25 e busca celebrar os mais de 25 anos de estreia de um dos maiores sucessos da trajetória do Bando de Teatro Olodum. A revista musical Cabaré da Rrrrraça, que volta a cartaz em maio de 2023, antecipou diversos temas sobre as relações raciais no Brasil, que atualmente ocupam os debates na sociedade.

O projeto prevê, além da Oficina de Performance Negra, uma série de debates e a encenação do espetáculo. O Bando também prepara uma nova temporada da peça para maio de 2024.


Oficina integra o projeto Cabaré da Rrrrraça 25+25 / Maíse Xavier

“Cabaré da Rrrrraça estreou em agosto de 1997 questionando o que é ser negro no Brasil, com uma pluralidade de respostas sob o ponto de vista de personagens hilários e com muita interatividade com o público. Questões contemporâneas são abordadas, a exemplo da presença negra na indústria cultural e mídia em geral, os obstáculos no mercado de trabalho, a hipersexualização dos corpos negros e a oferta de produtos voltados para a estética negra”, destaca Fabio Santana, que também é arte-educador, poeta e administrador.

Desde a estreia, a peça contou com sucesso de crítica e de público, especialmente da comunidade negra ansiosa por ver suas referências no palco e por discutir questões da vida do negro brasileiro, ao mesmo tempo, consumidor e objeto de consumo. O espetáculo já foi visto por mais de 40 mil pessoas, com mais de 300 apresentações, em Salvador e dezenas de cidades do Brasil, além de países como Portugal e Angola. A remontagem da obra, além da celebração destes 27 anos em cartaz, possibilita a projeção para os próximos 25 anos das temáticas discutidas.

Este projeto conta com o patrocínio da Wilson Sons, via Programa de Isenção Fiscal Viva Cultura, da Prefeitura de Salvador, Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz), Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) e Fundação Gregório de Mattos (FGM).

Fonte: BdF Bahia

Edição: Gabriela Amorim