Fechada no início de 2020, durante o governo Bolsonaro, a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), subsidiária da Petrobrás, em Araucária (PR), gera expectativa na sociedade e nos antigos operários pela sua reabertura.
Como já foi noticiado pelo Brasil De Fato Paraná, há uma nítida sinalização do governo federal para isso, mas a transição para a reabertura da fábrica e recontratação dos trabalhadores passa por entraves. Sindicalistas atribuem aos quadros de gerência que defenderam o fechamento da fábrica e são ligados ao bolsonarismo.
Em um momento delicado em que setores conservadores defendem uma Petrobras distante dos interesses nacionais, três sindicatos convocam um protesto unificado em frente à Fafen-PR: Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Petroquímica do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR), Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR/SC) e Sindicado dos Trabalhadores nas Empresas de Montagens, Manutenção e Prestação de Serviços nas Áreas Industriais no Estado do Paraná (Sindimont).
A manifestação acontecerá nesta sexta-feira (15) a partir das 7h e busca reunir trabalhadores, lideranças sociais e sindicais, além de políticos do campo progressista.
"A Fafen-PR era responsável por parcela significativa da produção de ureia e amônia consumidas no mercado brasileiro, utilizadas como matérias-primas na fabricação de fertilizantes", afirma o texto de convocatória do ato.
Os trabalhadores classificam a situação atual da empresa como uma "hibernação", na medida em que a empresa não está fechada e mantém um quadro de cerca de 50 trabalhadores e manutenção dos equipamentos.
Sua reativação é considerada importante para a agricultura e também para a economia de Araucária e região.
"Amanhã era para ter uma reunião para aprovar o que chamamos de 'desibernação', e aprovaram nova reunião. Queremos fazer nova pressão política. Já vai dois anos de nosso governo e nada de reabrir. Esse processo está a passos muito lentos", critica Eder Umbelino, integrante do Sindiquímica-PR e um dos 1000 operários que perderam o posto de trabalho em 2020.
Com o encaminhamento da "desibernação" e recontratação do antigo efetivo de operários, a direção do Sindiquímica calcula que a retomada da Fafen pode deslanchar finalmente.
"Com isso, se poderá contratar empresas terceiras e recontratar os funcionários. Estamos num ano eleitoral e com receio de que se comece a adiar. Há pessoas dentro do sistema fazendo com que se caminhe devagar. Por isso nossa pressão política, após uma boa sinalização do Tribunal Superior do Trabalho (TST)", afirma Umbelino.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Lia Bianchini