A janela para mudança de partidos está aberta desde a última quinta-feira (7) e ela pode ser trágica para o PSDB da cidade de São Paulo (SP). Dos oito vereadores tucanos da Câmara Municipal, seis devem sair do partido nas próximas semanas para disputar a eleição deste ano por outra legenda.
Entre os vereadores que podem sair do partido estão o líder e vice-líder do governo na Câmara Municipal, Fábio Riva e Gilson Barreto, além de João Jorge, que é fundador do partido e está há 30 anos na legenda.
O PSDB, que divide com o PT o título de maior bancada da Câmara Municipal, luta para sobreviver politicamente em 2024 na cidade em que foi fundado. Desde dezembro, três nomes diferentes presidiram a legenda em São Paulo: Fernando Alfredo, Orlando Faria, que renunciou para coordenar a campanha de Tabata Amaral (PSB) à prefeitura, e o atual, o ex-senador José Aníbal.
No âmbito estadual, a desorganização segue. Eleito no dia 6 de março para presidir o PSDB no estado, Marco Vinholi foi destituído do cargo apenas dois dias depois, após reunião da executiva nacional do partido que considerou a eleição "ilegal".
O motivo da debandada está em um racha que envolve as lideranças nacionais do partido. Preocupado com a associação do PSDB ao bolsonarismo, o principal nome do partido no país, Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, não aceita uma aliança em São Paulo com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que será apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e trabalha para uma candidatura tucana no município.
A ideia de um candidato próprio tropeça nos oito vereadores do PSDB, que fazem parte da base do governo de Nunes e pretendem manter a aliança com o atual prefeito, que tentará a reeleição.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o vereador Fábio Riva criticou o governador gaúcho. "Eduardo Leite só vem 'turistar' aqui em São Paulo e quer opinar, sem ouvir quem vive aqui diariamente, que são os vereadores e os deputados. Veremos quem está certo na história. Quem vem aqui e assiste de camarote ou quem vive a realidade da cidade todos os dias."
As três legendas que podem abrigar os tucanos insatisfeitos são MDB, PSD e União Brasil. As duas primeiras já estão na campanha de Nunes em São Paulo. A última ainda negocia o apoio por meio do vereador Milton Leite, presidente da Câmara Municipal.
Edição: Thalita Pires