Após a confirmação de vitória com aprovação recorde nas eleições presidenciais russas, o líder Vladimir Putin foi à sede eleitoral da sua campanha e agradeceu aos voluntários pelo trabalho neste domingo (17).
"Existem condições para avançarmos mais, para que a Rússia seja mais forte, mais forte e mais eficaz", disse Vladimir Putin. Ele observou que a sua vitória mostra que a Rússia estava certa ao escolher o seu caminho e agradeceu aos russos que votaram nele: "Somos todos uma equipe".
O presidente russo disse também que a Rússia tem muitas tarefas pela frente. De acordo com ele, os resultados eleitorais são uma manifestação da confiança dos cidadãos e da esperança de que todos os objetivos serão alcançados.
"A fonte do poder na Rússia é o povo russo. As eleições não são uma coisa formal, a vontade única do povo é compilada a partir dos votos dos cidadãos russos, e a vontade única dos povos da Federação Russa é compilada a partir da voz de cada cidadão", acrescentou Putin.
"Sonhei com uma Rússia forte e independente, espero que os resultados eleitorais nos permitam alcançar isso", acrescentou. Putin falou sobre os desafios durante o novo mandato: "precisamos resolver os problemas das operações especiais, fortalecer as capacidades de defesa e as forças armadas".
Ao comentar as declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, e responder se um confronto entre a Rússia e a OTAN (aliança militar ocidental) poderia acontecer, Putin disse que "tudo é possível, mas isso seria um passo em direção à Terceira Guerra Mundial".
Números e oposição
De acordo com as últimas informações da Comissão Eleitoral Central, após mais de 70% das urnas apuradas, Vladimir Putin alcançava 87,26%. Até o fechamento desta reportagem, os candidatos Nikolai Kharitonov (Partido Comunista) tinha 4,18%; Vladislava Davankov (Povo Novo) 3,99%; e Leonid Slutsky (Partido Liberal Democrata) 3,12%.
A participação total nas eleições presidenciais russas foi de 74,22%, também superando a marca das eleições de 2018, quando cerca de 67% da população compareceu.
Pela primeira vez as eleições presidenciais russas foram realizadas durante três dias, de 15 a 17 de março, e foi usado o sistema inédito no país de votação eletrônica remota, disponível em 29 regiões da Rússia. As eleições de 2018 ocorreram em um dia. De acordo com a Comissão Eleitoral Central, o número de eleitores na Rússia em 1º de janeiro de 2024 havia aumentado em 4,12 milhões de pessoas nestes seis anos.
Ao comentar os atos de protesto convocados pela oposição russa neste domingo, Putin declarou que a iniciativa "não teve efeito".
A oposição russa convocou as pessoas para comparecer às urnas neste domingo exatamente ao meio-dia, para sobrecarregar as seções eleitorais e demonstrar uma força de contestação à atual presidência de Putin. Longas filas se formaram nas zonas eleitorais durante o ato intitulado como "Meio-dia contra Putin".
"Se houvesse apelos para votar, eu o elogiaria por isso. Apelei para que as pessoas viessem às urnas. Se a oposição pensasse assim, muito bem. Pelo que eu sei, isso não teve efeito. Mas alguns estragaram as cédulas - isso é ruim, decidiram estragar [o voto daquelas] pessoas que vieram cumprir seu dever cívico", declarou.
Futuro
Ele também falou sobre a atual situação na guerra com a Ucrânia. De acordo com ele, a "iniciativa na zona da 'operação militar especial" pertence inteiramente aos militares russos.
"Sobre os desafios durante o novo mandato: precisamos resolver os problemas da operação especial, fortalecer as capacidades de defesa e as forças armadas", acrescentou.
Ao mesmo tempo, o líder destacou que a Rússia "é a favor de negociações de paz sobre a Ucrânia", mas apenas se houver vontade de "construir relações sérias entre Estados".
O presidente russo assume o seu quinto mandato no país, que vai até 2030. De acordo com a atual Constituição, alterada por referendo em 2020, Putin ainda tem direito se reeleger nas eleições seguintes, podendo ficar no poder até 2036.
Reações internacionais
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi um dos primeiros líderes a parabenizar Vladimir Putin pela sua vitória nas eleições presidenciais russas, destacando a "participação excepcional". A informação foi divulgada pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Ivan Gil.
"O Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, em nome do povo venezuelano, felicita o presidente Vladimir Vladimirovich Putin e o seu movimento político na esmagadora vitória eleitoral na sua reeleição como presidente da Federação Russa para o período de 2024 -2030, expressando reconhecimento ao glorioso povo russo pelo seu profundo compromisso com a democracia, expressando a participação excepcional neste dia eleitoral bem sucedido", diz o texto da mensagem do ministro na rede social X.
Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao comentar as eleições presidenciais russas, criticou a votação e disse que Putin está "fazendo de tudo para governar pelo resto da vida".
"Nestes dias, o ditador russo está imitando eleições. Todos no mundo entendem que esta figura, como muitas vezes aconteceu na história, está simplesmente adoecido de poder e está fazendo de tudo para governar até o resto da vida", afirmou.
"Agradeço a cada estado, a cada líder, a todas as organizações internacionais que chamam e chamarão essas coisas pelos seus próprios nomes. Tudo o que a Rússia faz no território ocupado da Ucrânia é um crime", acrescentou Zelensky, destacando que o presidente russo "deveria acabar no banco dos réus em Haia".
Edição: Rodrigo Durão Coelho