Apenas três semanas após o início das campanhas para a Presidência da República - as eleições estão marcadas para 2 de junho -, pesquisa do jornal Reforma aponta que a candidata esquerdista Claudia Sheinbaum aumentou sua vantagem em relação aos outros dois candidatos.
Ela agora conta com 58% de intenção de voto, ou seja, 24 pontos percentuais acima de sua rival mais próxima, a conservadora Xóchitl Gálvez Gálvez, que tem 34%. Ela sai pela aliança PRI-PAN-PRD – de posição política complexa, dada a diversidade dos partidos que a compõem - formada pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI), centro, o Partido Ação Nacional (PAN), centro-direita, e o Partido da Revolução Democrática (PRD), de esquerda.
Sheinbaum é candidata pela coalizão Morena-PT-Verde (aliança política de esquerda formada pelo Movimento Regeneração Nacional (Morena), o Partido do Trabalho (PT) e o Partido Verde Ecologista do México (PVEM).
Sheinbaum cresceu mais no decorrer do ano
Esta é a terceira pesquisa realizada pelo jornal e nela é possível ver como a intenção de voto para Claudia Sheinbaum aumentou: de 53% em agosto, para 54% em dezembro do ano passado, durante o período de eleição interna em seu partido e de pré-campanha. Três meses depois e com três semanas de campanha, sua preferência eleitoral cresceu mais 4 pontos percentuais.
A segunda na preferência eleitoral, Xóchitl Gálvez, também registrou movimentações em sua intenção de voto. Em agosto de 2024, começou com 33%, apenas 20 pontos abaixo de Sheinbaum, mas em dezembro caiu para 29%, mal conseguindo subir para 34% este mês, ou seja, um ponto acima do que iniciou sua disputa.
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Gálvez pede apoio ilegal à sua campanha
Diante deste cenário desfavorável, a candidata Xóchitl Gálvez evitou falar sobre seus números. Recentemente, durante evento, a ex-senadora limitou-se a dizer que a pesquisa não tira seu sono e não representa a realidade das intenções de voto.
No entanto, neste mesmo evento - e contra as leis eleitorais - Gálvez pediu aos empresários ali reunidos para “lutar, se esforçar” em favor de sua campanha e até os estimulou a se afastarem de suas empresas por dois meses e meio para que “convencessem seus funcionários, as pessoas da comunidade” a votar nela.
Este apelo para influenciar o empresariado é proibido segundo os Artigos 159, 414 e 447 da Lei Geral de Instituições e Procedimentos Eleitorais, motivo pelo qual José Medina Mora, presidente da confederação de empresários, já rejeitou o estímulo de Gálvez, pois sua organização é “altamente política, mas totalmente apartidária” e que só podem “incentivar que os cidadãos votem”.
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A percepção da cidadania
Entre outros dados revelados pela pesquisa, 65% acreditam que Claudia Sheinbaum ganhará a eleição em 2 de junho e apenas 15% apontam Xóchitl Gálvez como ganhadora, porcentagem muito abaixo de sua intenção de voto declarada.
O outro candidato, Jorge Álvarez Máynez do partido Movimento Cidadão, registra uma intenção de voto de 8% e uma percepção de 2% sobre sua possibilidade de vitória. Ainda nesta mesma pesquisa, 18% responderam que não sabem quem poderia ganhar a presidência do México.
61% acreditam que Sheinbaum ganhará com mais votos que Obrador
Junto a esses resultados, outro que chama a atenção é que, diante da pergunta “O que é provável na eleição presidencial?”, 61% responderam que a Sheinbaum superará os votos obtidos por López Obrador em 2018, que ganhou a presidência do México com mais de 30 milhões de votos, ou 53% do total.
Essa percepção mantém uma correlação com a atual popularidade de López Obrador que, a apenas seis meses de deixar o cargo, tem aprovação popular histórica para um Chefe de Estado com 73%. Isso representa um aumento de 11% em comparação com a pesquisa de dezembro. López Obrador foi o primeiro presidente de esquerda da história do México.