O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, deve ser ouvido por um juiz de instrução do caso em que é investigado para elucidar as acusações em que fez contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e a Polícia Federal (PF).
Na noite desta quinta-feira (21), a revista Veja divulgou áudios em que Mauro Cid afirma ter sido coagido a fazer determinadas declarações durante os seus depoimentos à PF. Em um dos áudios, o militar diz: “Eu vou dizer o que eu senti: já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar, e eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem”.
O ex-ajudante de ordens também insinuou que Alexandre Moraes teria extrapolado os limites da lei. “O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, disse.
“O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta, acho que essa é que é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só tá esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR acata, aceita e ele prende todo mundo.”
Mauro Cid deve esclarecer o conteúdo dos áudios às 13h desta sexta-feira (22), de acordo com apuração do colunista Gerson Camarotti. Há a possibilidade de revisão da delação premiada feita pelo militar, que foi homologada pelo STF em setembro do ano passado.
Assim que o acordo foi oficializado, Mauro Cid deixou a prisão. Ele estava preso preventivamente diante dos casos em que é investigado: tentativa de golpe de estado, fraude nos cartões de vacinação e venda irregular de presentes oficiais e joias recebidos durante o governo Bolsonaro.
Edição: Vivian Virissimo