Mesmo sob chuva, os movimentos populares saíram às ruas, neste sábado (23), em São Paulo, para dizer "Ditadura nunca mais" e pedir punição aos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O ato convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, sindicatos e partidos do campo progressistas reuniu cerca de cinco mil pessoas no Largo São Francisco.
#23M | Em São Paulo, os manifestantes saíram às ruas para cobrar punição aos envolvidos nos atos golpistas e denunciaram o genocídio contra o povo palestino praticado por Israel. pic.twitter.com/MLMsNkAnkz
— Brasil de Fato (@brasildefato) March 23, 2024
"Nós temos que relembrar o golpe de 1964 e os 21 anos de ditadura. Até porque, no dia 8 de janeiro de 2023, houve uma tentativa de dar um golpe militar, comandada por Jair Bolsonaro", disse José Dirceu, ex-deputado federal e ex-presidente do PT, em vídeo publicado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Ele recordou que, antes de 1964, o Brasil se deparou com outras tentativas golpistas ao longo dos anos 1950 e que, por isso, é importante sempre se manter alerta.
"É necessário sempre relembrar aqueles que caíram no tanque da ditadura, relembrar os crimes da ditadura. Relembrar que sem democracia o povo não tem voz", concluiu.
No ato, os manifestantes também pediram paz e denunciaram o massacre contra o povo palestino praticado por Israel. Houve, ainda, manifestações contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Cibele Vieira, diretora da Federação Única dos Petroleiros (FUP), em São Paulo, compareceu ao ato e reforçou a mensagem de "ditadura nunca mais" às vésperas dos 60 anos do golpe militar.
"Não é possível que sessenta anos depois a gente esteja assistindo a um processo sem uma força consistente que diga 'sem anistia'. A população está nas ruas para falar que não vai aguentar que haja uma tentativa frustrada - ainda bem - de golpe militar, sem que as pessoas sejam definitivamente punidas", apontou.
A professora Brazilia Botelho se somou ao coro dos manifestantes para defender a democracia e pedir a punição aos golpistas
"Eu estou aqui no Largo São Francisco para defender a democracia. Além disso, a gente está aqui para defender os direitos do palestinos", explicou. Desde o início do conflito na região, as forças de Israel já mataram mais de 30 mil civis, sendo a maioria de mulheres e crianças, além de diversas violações de direitos.
Todas as regiões do país registraram mobilizações. Grande parte delas aconteceu pela manhã, em cidades como Maceió (AL), Vitória (ES), Campo Grande (MS), Belém (PA), Aracaju (SE) Recife (PE), São Luís (MA), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Lisboa, em Portugal. Além de São Paulo, Porto Alegre também registrou mobilização no período da tarde.
Edição: Vivian Virissimo