O ex-jogador de futebol Daniel Alves deixou nesta segunda-feira (25) a prisão onde estava, em Barcelona, na Espanha, após o pagamento de fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões, na cotação atual). A liberdade provisória já tinha sido concedida pelo Judiciário espanhol na última semana, e a última pendência era o pagamento do valor.
Condenado a quatro anos e seis meses de prisão por estupro, Daniel agora aguardará os novos desdobramentos do caso em liberdade. Tanto a equipe de advogados do ex-jogador quanto a promotoria espanhola vão recorrer da decisão judicial.
Ao deixar a prisão acompanhado de familiares e da advogada Ines Guardiola, o brasileiro passou em meio a um protesto de trabalhadores do sistema prisional espanhol, que cobravam respostas após a morte de um colega em um centro de detenção da região espanhola da Catalunha (onde fica a cidade de Barcelona) na última semana.
Segundo o jornal espanhol La Vanguardia, o valor da fiança foi pago após o ex-jogador receber empréstimos não bancários – ou seja, o dinheiro provavelmente veio de amigos. Na última semana, o empresário Neymar da Silva Santos, pai do jogador Neymar, negou que tenha feito o empréstimo a Daniel, após veículos de imprensa informarem sobre essa possibilidade.
Daniel Alves está impedido de ter acesso ao dinheiro que acumulou durante a carreira de jogador devido a um processo judicial (que não tem relação com a acusação de estupro) em andamento na Justiça brasileira. Os bens dele estão bloqueados.
Fiança
Na decisão que permitiu a liberdade provisória mediante o pagamento da fiança, a Justiça espanhola determinou que os passaportes do jogador sejam apreendidos (ele tem dupla nacionalidade, brasileira e espanhola). Alves está proibido de deixar a Espanha e deve comparecer semanalmente à sede do tribunal.
A sentença do ex-jogador foi confirmada em fevereiro. Daniel Alves foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo estupro de uma mulher no banheiro de uma casa noturna. O crime ocorreu em Barcelona, na Espanha, no dia 31 de dezembro de 2022, e o ex-atleta da seleção brasileira já estava preso preventivamente havia mais de um ano.
"A vítima não consentiu e há evidências suficientes, além do depoimento da denunciante, que permitem que o estupro seja considerado comprovado", declarou o tribunal. A Corte destacou ainda que "para a existência de agressão sexual não é necessário que ocorram lesões físicas, nem que haja provas de oposição heroica por parte da vítima".
A sentença também inclui cinco anos de liberdade supervisionada e nove anos de afastamento da vítima, a quem Daniel Alves terá que indenizar com o valor de 150 mil euros (cerca de R$ 804 mil). O jogador também deverá arcar com as custas do processo, segundo a sentença, que foi proferida duas semanas após o fim do julgamento.
Edição: Thalita Pires