Professores e outros servidores de colégios e institutos federais de educação decidiram nesta quarta-feira (27) entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima quarta (3). A decisão foi tomada em assembleia plena do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) realizada nesta noite.
A categoria está mobilizada por melhores condições de salário e trabalho. Cobram do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a reposição de perdas salariais acumuladas durante os governos dos presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), além da reestruturação do plano de carreiras, mais investimentos nas instituições e a realização de um concurso para contratação de mais trabalhadores.
“Fizemos campanha para o presidente Lula, mas estamos negociando com um governo de frente ampla. E não tem sido fácil”, disse Elenira Vilela, professora e coordenadora geral nacional do Sinasefe.
Uma assembleia do Sinasefe em março já tinha votado por um indicativo de greve. Assembleias regionais confirmaram o indicativo, que agora foi aprovado nacionalmente.
A greve tende a afetar o funcionamento dos colégios federais, como o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e os institutos federais, que oferecem Ensino Médio, Técnico e até Superior. No total, são cerca de 90 instituições e 70 mil servidores envolvidos.
A paralisação nos institutos federais tende a engrossar o movimento grevista que cresce em todo sistema federal de ensino. Os servidores técnicos administrativos (TAEs) das universidades federais estão em greve desde o último dia 11. O movimento afeta pelo menos 30 universidades do país. Até este momento, mais de 50% da base da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) aderiram ao movimento.
Os TAEs constituem uma das 64 carreiras administrativas do Poder Executivo Federal. São aproximadamente 133 mil servidores ativos e 69 mil servidores aposentados.
Já os professores de universidades federais e centros federais de educação tecnológica (Cefets) anunciaram uma greve a partir do próximo dia 15 de abril. A decisão foi tomada na sexta-feira (22) em reunião conjunta entre representantes de 37 seções sindicais de diferentes partes do país, após assembleias locais.
Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que organiza a mobilização, a greve é consequência da falta de avanço nas tentativas de negociação com o governo. Os professores também pedem recomposição salarial, reestruturação da carreira e melhores condições de trabalho.
O Brasil de Fato entrou em contato com a assessoria de imprensa do MEC para posicionamento sobre os movimentos grevistas nas universidades, mas não recebeu retorno. Caso haja resposta, este texto será alterado.
Edição: Vivian Virissimo