O movimento Levante Popular da Juventude realizou, na manhã desta segunda-feira (1º), data que marca os 60 anos do golpe militar no país, uma série de escrachos em frente a residências e comitês de políticos e lideranças da extrema direita.
Os alvos escolhidos são investigados por articular, estimular, participar ou financiar os atos golpistas do 8 de janeiro, que culminaram na invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes.
Entre os alvos estão os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Pedro Lupion (PP-PR), André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE), Nicoletti (União-PR) e Silvia Waiãpi (PL-AP); o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres; e Antônio Galvan, presidente da Aprosoja e um dos financiadores do 8 de janeiro.
Com cartazes "Aqui mora um golpista: por verdade, memória e justiça", com os rostos dos denunciados e reproduções da Constituição Federal com manchas de tintas vermelhas remetendo a sangue, o movimento destacou a relação entre o golpe de 1964 e o 8 de janeiro.
"Estivemos hoje na frente da casa de Anderson Torres denunciando para os vizinhos que eles vivem com um golpista, com uma pessoa que atentou contra a democracia brasileira", afirmou Carlos Alberto, da coordenação nacional do Levante.
"É importante a gente rememorar isso, porque o Brasil, inclusive hoje, no dia 1º, marca 60 anos do golpe de 64. É importante que mantenhamos a memória do que foi esse período nebuloso na história brasileira, que foram 21 anos de tortura, assassinato, perseguição política e censura", afirmou o coordenador.
"Também é importante cobrarmos que os golpistas de hoje sejam julgados e condenados, porque em houve anistia dos golpistas em 79. Em agosto de 79 foi aprovada a anistia, e é essa anistia que faz com que a extrema direita hoje tenha essa sanha pela tentativa de golpe, de romper com o Estado democrático de direito. Então estamos na rua hoje para denunciar e lembrar esse período obscuro da história brasileira e denunciar e exigir que os golpistas de hoje sejam julgados e condenados", disse Carlos Alberto ao Brasil de Fato.
“Estamos mais uma vez na porta de quem ataca a democracia, ataca nosso direito de ter voz, ataca os direitos humanos fundamentais. A juventude sabe o quão caro é nosso direito à voz, a tomar decisões. Não assistimos e nem assistiremos calados e caladas a tentativa de vender nosso país”, afirmou Daiane Araújo, da coordenação nacional do Levante Popular da Juventude.
“Está na prioridade do dia, para quem defende a democracia, combater as ideias da extrema-direita que tenta acabar com ela, o Levante Popular da Juventude seguirá sendo essa ferramenta de organização da indignação da juventude contra as injustiças e desigualdades”, disse.
“A democracia brasileira sofreu constantes ataques ao longo da história do nosso país. Constantemente as elites, que detém poder político e econômico, tentam impedir que o povo brasileiro decida seus próprios rumos. Muitas vezes, com influência dos poderosos de outros países. Foi assim com o Golpe Militar de 1964 e foi assim em janeiro de 2023: quando sentem que seus projetos são ameaçados, tentam um golpe, às custas do futuro dos trabalhadores e das trabalhadoras do país”, afirma Júlia Aguiar, da coordenação nacional do movimento.
Edição: Geisa Marques