A Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE) da Argentina marcou para esta sexta-feira (5) uma greve em todo o país e uma marcha em direção ao Ministério da Economia em Buenos Aires, devido à demissão de mais de 11 mil trabalhadores de diferentes cargos da administração pública nacional e poderá estender-se a 70 mil nas próximas semanas.
Com o lema Sem trabalhadores, não há Estado; sem Estado, não há direitos, a ATE se concentrará ao meio-dia na cidade de Buenos Aires, para marchar até o Ministério da Economia.
O secretário-geral da ATE, Rodolfo Aguiar, declarou em sua conta na plataforma X (antigo Twitter): “A greve da ATE é contundente em todo o país. O sindicato exige que o governo publique a lista dos supostos ‘funcionários fantasmas’. Se o governo não o fizer, deve determinar a reintegração e o pagamento imediato dos salários a todos os demitidos, pois até agora não conseguiu comprovar em nenhum caso a causa alegada de ‘não prestação de serviços’”.
O líder sindical afirmou que deve haver uma decisão bem fundamentada para as demissões e critica o governo por não realizar auditorias ou investigações ou verificado as responsabilidades de cada funcionário antes da decisão de desliga-los.
O secretário-geral também ressaltou que os trabalhadores demitidos, “com 5, 10 e até mais de 20 anos de serviço, não são apenas funcionários temporários, mas fazem parte permanente do estado, desempenhando funções inerentes a cada um dos órgãos, independentemente da modalidade de contratação”.
“As horas passam e o governo deixa claro: neste momento há um grave impacto no estado de direito no nosso país”, concluiu em sua publicação.
A greve nacional foi definida em um plenário federal de delegados da ATE na quarta-feira (3) e é a décima medida de força que o sindicato dos funcionários públicos realiza desde o início do governo de Milei.
Para o sindicato, a demissão de mais de 11 mil trabalhadores do Estado Nacional e a “ameaça” do número chegar aos 70 mil “revelam não só um total desconhecimento da gestão, mas também a intenção de desmantelar todas as políticas públicas, impactando assim negativamente na maioria da população".
Entre as reivindicações da greve estão a reintegração imediata dos trabalhadores demitidos, o fim das demissões e a regularização de todos os vínculos contratuais, bem como a admissão para o quadro permanente.
Além disso, eles exigem um aumento salarial acima da inflação, o fim das políticas de ajuste, a rejeição de qualquer privatização de empresas públicas, a defesa do Fundo de Garantia de Sustentabilidade (FGS) e dos aposentados, a anulação do protocolo anti greves, o fim das “políticas de amedrontamento” e a revogação do Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) 70/23.