O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Suíça, Pierre-Alain Elchinger, confirmou nesta segunda-feira (8) que os trabalhos preparatórios para a conferência de paz na Ucrânia estão sendo realizados no país Suíça, mas a data e o local serão anunciados posteriormente.
Segundo o porta-voz, a Suíça manifestou a sua disponibilidade para acolher a conferência de alto nível sobre a paz a pedido de Kiev.
"A pedido da Ucrânia, a Suíça manifestou a sua disponibilidade para acolher a primeira conferência de alto nível sobre a paz na Ucrânia. Os trabalhos preparatórios estão atualmente em curso. A data, o local da conferência e os países participantes serão anunciados em tempo oportuno", disse Elchinger. disse.
"Além das perspectivas da Ucrânia, da Rússia e da Europa, é também importante ouvir as opiniões do Sul Global, que desempenhará um papel fundamental na eventual inclusão da Rússia neste processo. É por isso que mantemos contatos estreitos com a China, a Índia, o Brasil, a África do Sul e a Arábia Saudita", afirmou o porta-voz anteriormente.
Em janeiro, a presidenta suíça, Viola Amherd, concordou em organizar uma cúpula sobre a "fórmula de paz" ucraniana, inclusive com a participação de países do Sul Global. No início desta segunda-feira (8), a Bloomberg publicou que esta ocorreria em meados de junho com a participação de 80 a 100 países, principalmente de Estados do Sul Global. Segundo fontes citadas pela agência, a questão chave é a participação da China, que permitirá à Suíça "garantir a confiança na iniciativa".
Mas, em março, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, havia dito que a Rússia não planeja participar da conferência sobre a Ucrânia na Suíça.
"Este fórum será dedicado a promover o ultimato da 'fórmula de Zelensky', embora os seus organizadores suíços finjam que procuram um denominador comum de iniciativas de paz de países diferentes", frisou Zakharova.
Em novembro de 2022, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, durante a cúpula do G20, listou condições para a "fórmula de paz ucraniana", incluindo a restauração da “integridade territorial da Ucrânia”, o controle sobre a região da Crimeia, e a retirada das tropas russas do seu território. Segundo o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, a "fórmula de Zelensky representa, em essência, a rendição da Rússia".
No dia 13 de março, em um entrevista à mídia russa, o presidente russo, Vladimir Putin, reiterou que Moscou mantém a disposição para negociações com Kiev, mas reforçou que as negociações deveriam ser construtivas e levar em conta os interesses nacionais da Rússia. Ele descartou a entrega das regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporozhye e Kherson, do leste ucraniano, que foram anexadas pela Rússia em outubro de 2022.
Já o lado ucraniano exige a retirada das tropas russas da Ucrânia e o restabelecimento das fronteiras do país como eram em 1991, ou seja, com as regiões anexadas por Moscou e a Crimeia, incorporada pela Rússia em 2014.
Edição: Rodrigo Durão Coelho
