do Jornal A Verdade
O único Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência, localizado no centro da cidade, foi fechado.
O espaço atende mulheres em situação de violência e vulnerabilidade, oferecendo apoio psicológico, jurídico e social.
O fechamento recente foi descoberto durante uma patrulha do Movimento de Mulheres Olga Benario, organização feminista que luta contra a violência e a exploração atual.
O movimento ocupou um imóvel abandonado no centro de Curitiba para construir uma casa de referência para mulheres por meio do trabalho militante das integrantes e profissionais voluntárias, a Casa Rose Nunes.
A primeira ocupação de mulheres do estado também cumpre com o objetivo de denunciar a falta de políticas públicas no enfrentamento à violência contra a mulher. O Paraná é o terceiro estado que mais assassina mulheres, com uma média de mais de três feminicídios por dia, e chegou ao duro patamar de mais de 45 mil registros de violência contra a mulher em 2022.
De acordo com os dados da Lei Orçamentária de 2023 (LOA), a capital de Curitiba teve o orçamento bruto total de 11,5 bilhões. Em outras palavras: a atual gestão de Rafael Greca (PSD) não tem interesse em resolver os problemas das mulheres e investir em políticas públicas voltadas para o enfrentamento a essa realidade.
Para Débora Almeida, coordenadora do Movimento Olga, o fechamento repentino é reflexo da falta de interesse do poder público. “Essa é a continuidade da política de abandono e descaso com a vida das mulheres. Só deixa claro que o Estado não se interessa e não se preocupa”, opina a professora e militante.
A Redação do Jornal A Verdade ligou para o número publicizado como contato do Centro de Referência para pedir esclarecimentos, e a ligação não foi atendida.
Após contato com a Patrulha Maria da Penha da capital, que desconhecia o fechamento do espaço, a única orientação foi se dirigir à Casa da Mulher Brasileira, localizada no bairro Cabral.
Retificação do Brasil de Fato Paraná
Depois de nota da prefeitura dirigida ao BDF PR, sobre a matéria compartilhada de outro veículo de comunicação, apontamos que de fato o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) é atribuição do governo do Paraná e não da prefeitura municipal – o que não invalida a crítica sobre um espaço com tal urgência estar fechado, o que seria responsabilidade dos órgãos públicos. Na sequência, nossa reportagem deve aprofundar o assunto.