A quinta rodada do Brasileirão Feminino de Futebol que aconteceu nesta sexta-feira (12) ficou marcada por protestos de jogadoras contra o atual treinador Santos, Kleiton Lima. Atletas do Corinthians, Palmeiras e Avaí/Kindermann se manifestaram contra o técnico que retornou ao Peixe após acusações de assédio por parte de 19 atletas no ano passado.
Antes do início da partida entre Santos e Corinthians, durante a execuão do hino nacional, na Vila Belmiro, as jogadoras do Timão colocaram as mãos na boca e no ouvido, denunciando que suas queixas sobre atual treinador adversário não são ouvidas. O gesto foi repetido após o primeiro gol do Corinthians. Já as atletas do Santos não se manifestaram.
Também nesta sexta-feira, o gesto de colocar as mãos na boca e no ouvido se repetiu na partida entre Avaí/Kindermann e Palmeiras, antes do início do jogo. Na Ressacada, em Florianópolis, as duas camisas 19 das equipes se viraram de costas enquanto as demais atletas permaneciam fazendo o gesto em alusão ao silêncio. A referência é ao número de jogadoras que acusaram Kleiton Lima de assédio no ano passado.
As denúncias contra Klein Lima foram feitas no ano passado por cartas anônimas com relatos pessoais e assinaturas, entregues a Andrés Rueda, então presidente do Santos. À época, o treinador chegou a ser demitido, mas foi apresentado novamente na última terça-feira (9), na presença de Thaís Picarte, gestora de futebol feminino do clube, e Alexandre Gallo, coordenador de futebol.
De acordo com o portal UOL, Gallo disse ainda disse que apurou o episódio com a Polícia Civil de Santos e que o Peixe se sente "feliz" por tê-lo de volta. Além disso, destacou que a contratação foi avaliada pelo departamento de compliance santista.
Kleiton Lima, por sua vez, diz que não cometeu "nenhum tipo de assédio". "Aquelas cartas anônimas com descrições insanas, levianas, não me pertencem. Sempre prezei minha vida profissional dentro de uma ética, tendo como riqueza os princípios e valores dados pelos meus pais, é isso o que passo para os meus filhos e para a minha família, com a esposa a qual sou casado há 27 anos. E é claro que aquilo me causou muita repulsa, muita revolta, indignação, mas eu, naquele momento, saí do clube para esperar essa apuração do Santos, esse processo administrativo, o compliance trabalhou", publicou o UOL.
Edição: Lucas Estanislau