JORNADA DE LUTAS

MST ocupa sede do Incra no Recife e reivindica assentamento de famílias da Zona da Mata

Ao todo, movimento realizou 11 ocupações em Pernambuco, entre elas a de uma área da Embrapa em Petrolina

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Ato aconteceu na tarde desta segunda-feira (15), no Recife - MST/PE

O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) em Pernambuco ocupou a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Recife. A mobilização ocorreu ao longo da tarde desta segunda-feira (15) e faz parte da Jornada Nacional em Defesa da Reforma Agrária

O ato reuniu cerca de 200 famílias, ligadas a quatro regionais do movimento na Zona da Mata do estado. Os trabalhadores denunciam "a lentidão na política de reforma agrária no estado" e a "pressão do setor sucroalcooleiro para impedir o avanço dos assentamentos no estado".

De acordo com Samuel Drummond, do MST em Pernambuco, "as famílias vão permanecer ocupando o Incra até a pauta de reivindicação ser atendida". 

O MST apresentou uma série de reivindicações. A principal delas é o assentamento imediato de 87 famílias do Acampamento São Francisco de Assis, que fica na cidade de Vitória de Santo Antão, na Mata Sul do estado. As famílias do território ocuparam uma área improdutiva da zona canavieira há três décadas e, desde então, vivem ameaçadas por ordens de despejo e pela disputa no território. 

O grupo também pediu o agendamento de vistorias do Incra em ocupações nas cidades do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, e Glória do Goitá, na Mata Norte. O acampamento General Abreu e Lima, no Cabo de Santo Agostinho, tem quase 30 anos de existência. 

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"A ocupação do Incra reflete a necessidade de pressionarmos o governo federal para que ele avance com a reforma agrária. O Incra do governo Lula precisa ser um provedor de políticas públicas, e não dificultar a execução dessas políticas", afirmou Tomás Agra, advogado do movimento. 

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Ao todo, o MST realizou 11 ocupações em Pernambuco entre o domingo (14) e a segunda-feira (15), com destaque para a reocupação de uma área da Embrapa, em Petrolina, no sertão do estado. A área já havia sido ocupada no ano passado e os trabalhadores só saíram do local sob decisão judicial

"No ano passado, nós saímos da Embrapa com um compromisso do governo federal, assinado em pauta, de assentar 1.316 famílias que estavam na Embrapa. Foram mais de dezessete pontos acertados e nenhum foi cumprido. É muita irresponsabilidade a forma que estão tratando a reforma agrária", disse Jaime Amorim, da direção nacional do MST, em vídeo.

A Jornada acontece ao longo do mês de abril, em repúdio ao massacre de Eldorado do Carajás, no Pará, em 1996.

O Brasil de Fato entrou em contato com o Incra e até o momento não obteve um posicionamento oficial sobre as reivindicações do MST. Assim que o posicionamento for enviado, nós atualizaremos esta reportagem. 

Edição: Thalita Pires