Opinião

Para o jornalismo, interessa a pauta da reforma agrária

Tema é fundamental em um país que ainda é assolado pela fome e pela insegurança alimentar

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Balanço do Abril Vermelho do MST soma quase 30 ocupações de terra realizadas sob o mote "Ocupar para o Brasil alimentar" - Foto: Natxo Devicente

A reforma agrária e a luta dos camponeses por direitos estão sempre presente nas páginas, telas e ondas sonoras do Brasil de Fato. Não só porque fazemos um jornalismo posicionado à esquerda, mas porque o tema é relevante em um país que ainda é assolado pela fome e pela insegurança alimentar. Um Brasil que ainda ostenta números vergonhosos no acesso à alimentação de qualidade para todas e todos.

Precisamente com a demanda da produção de alimentos saudáveis e sua justa distribuição, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou mais uma jornada de lutas neste Abril Vermelho. O balanço já soma quase 30 ocupações de terra realizadas sob o mote "Ocupar para o Brasil alimentar" e em memória das vítimas do massacre de Eldorado dos Carajás, acontecido há 28 anos em um acampamento na Curva do S, em Eldorado do Carajás, no sudeste do Pará.

Quem também anunciou novas medidas para acelerar o assentamento de famílias foi o governo federal, com o anúncio do programa Terra da Gente. Para os movimentos camponeses, programa é um gesto importante, mas não responde às pautas urgentes.  

Até na Venezuela, de onde lhes escrevo, aconteceram diversas atividades de solidariedade que marcaram o dia internacional da luta camponesa. Eu acompanhei uma dessas demonstrações de solidariedade na comuna socialista El Panal, em Caracas, que recebeu uma delegação do MST que reside na Venezuela e cerca de 60 convidados de diversos países da América Latina que acompanharam a atividade alusiva ao Dia Internacional da Luta Camponesa.

Edição: Nicolau Soares