O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou o desejo de que as eleições presidenciais na Venezuela marquem a volta do país à normalidade, com o fim das sanções econômicas dos Estados Unidos.
"Quando [o pleito] terminar, a expectativa é de volta à normalidade. Que o vencedor governe; e que o perdedor se prepare para as próximas eleições. Fico torcendo para que a Venezuela volte à normalidade, e que os EUA retirem as sanções", afirmou o presidente durante café da manhã para jornalistas em Brasília nesta terça-feira (23).
Lula disse ainda que a "oposição lançou candidato único e vai ter eleições com acompanhamento internacional. O Brasil vai participar se for convidado". No pleito deste ano, a oposição de direita deve se concentrar em torno do nome de Edmundo González, após o veto à Maria Corina, o não registro de Corina Yoris e a desistência de Manuel Rosales.
Além de González, outros 12 candidatos - incluindo o presidente, Nicolás Maduro - disputam o pleito, um dos mais disputados dos últimos tempos.
Também nesta terça, a Justiça Eleitoral venezuelana analisa se aceita a desistência de Rosales, como pede seu partido. Caso o pedido seja negado, a agremiação teme que o nome do candidato desistente na cédula confunda o eleitor, dividindo ainda mais os votos da oposição.
Normalização
Esta não foi a primeira vez que Lula falou sobre as eleições venezuelanas, marcadas para o dia 28 de julho. Na semana passada, durante encontro com o presidente colombiano, Gustavo Petro, em Bogotá, os dois líderes criticaram as sanções dos EUA "que unicamente serve para aumentar o sofrimento do povo venezuelano".
Lula e Petro também defenderam o diálogo entre governo e oposição, sugerindo a proposta de um plebiscito que garanta que o derrotado nas eleições venezuelanas tenham sua integridade e segurança garantidos.
As declarações se seguiram a um certo mal-estar diplomático. Em fins de março, o presidente brasileiro chegou a dizer que a questão era "grave" e que foi vista com "surpresa pelo governo brasileiro". Na época, o presidente colombiano também afirmou que a impossibilidade de inscrição de Corina Yoris era um "golpe antidemocrático".
Mas dias depois a situação se acalmou, Petro se reuniu com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas e disse que o país poderia ajudar no pleito venezuelano.
Edição: Rodrigo Durão Coelho