Embarcações com 5.500 toneladas de ajuda humanitária para a população palestina na Faixa de Gaza acusam Israel de impedir a saída, que está prevista para esta sexta-feira (26) de Istambul, capital da Turquia.
A ação é coordenada pela Flotilha da Liberdade, coalizão de organizações e ativistas de mais de 30 países que realiza expedições marítimas a Gaza desde 2010 para desafiar o bloqueio israelense e entregar ajuda humanitária à população palestina.
Nesta quinta-feira (25), os requisitos técnicos e de tripulação para dar início à viagem rumo à Gaza foram concluídos e os participantes receberam formação em ação direta não violenta, em caso de abordagem por parte das tropas israelenses no trajeto. “A escolha da via marítima é a que deixa mais evidente as violações e a má vontade política das nações em permitir que de fato a ajuda humanitária chegue”, disse ao Brasil de Fato Thiago Ávilla, ativista brasileiro que participa da missão.
"A Flotilha da Liberdade está pronta para navegar. Toda a documentação necessária foi submetida à autoridade portuária e a carga foi carregada e preparada para a viagem a Gaza. No entanto, hoje recebemos a notícia de um bloqueio administrativo iniciado por Israel na tentativa de impedir a nossa partida", informou a organização por meio de nota na tarde desta quinta-feira (25).
Segundo o comunicado enviado à imprensa, Israel está pressionando a República de Guiné-Bissau para retirar a sua bandeira do navio líder da Flotilha – Akdeniz (Mediterrâneo), o que teria resultado em um pedido de inspeção adicional, por parte da Guiné Bissau, que deve atrasar a partida em "alguns dias".
"Estamos trabalhando diligentemente para superar esta última tentativa. Os nossos navios já passaram por todas as inspeções exigidas e estamos confiantes de que o Akdeniz passará nesta inspeção, desde que não haja interferência política. Esperamos que isso não demore mais do que alguns dias. Israel não quebrará a nossa determinação de chegar ao povo de Gaza", diz o comunicado.
Levantamento da ONU em março, aponta que cerca de metade da população em Gaza (1,1 milhão de pessoas), enfrenta um estágio de "fome catastrófica", a pior categoria da Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC). O massacre de Israel contra a população palestina registra mais de 34 mil mortes - sendo 14.500 de crianças - e mais de 77 mil feridos desde 7 de outubro de 2023.
Edição: Rodrigo Durão Coelho