Um incêndio atingiu o Pico do Jaraguá, na Zona Norte da cidade de São Paulo (SP), na noite deste sábado (27). O fogo começou por volta das 21h e foi controlado na madrugada do domingo, com apoio do Corpo do Bombeiros, da brigada florestal formada pelos indígenas Guarani Mbya que moram na região e também com a brigada do Parque Estadual do Jaraguá.
Ainda não se sabe a causa do incêndio. Ninguém ficou ferido. Segundo Sonia Ara Mirim, ativista e integrante da brigada florestal, há relatos de que o fogo pode ter sido provocado por um balão. Para ela, o incêndio pode ter sido criminoso. Mas não há provas.
"Eu não creio que tenha sido um balão. Mas, sendo balão ou não, foi criminoso", afirmou a ativista.
Assim que o fogo se alastrou, Sônia começou a registrar nas redes sociais e fez uma transmissão ao vivo, pedindo ajuda.
"Eu só queria mostrar e salvar a vida daqueles animais. Foi a primeira reação e eu queria também mostrar o trabalho da brigada", relatou.
A brigada florestal tinha oito pessoas que ajudaram na contenção do fogo. Segundo o relato de Sônia, o incêndio se concentrou na área próxima às antenas de TV e não afetou as aldeias indígenas. Ainda não há um levantamento sobre o número de animais afetados e os danos ambientais.
O Corpo de Bombeiros informou que o incêndio foi controlado por volta das 00h e que também não tem como concluir sobre as causas do fogo.
"Infelizmente as pessoas acabam ateando fogo na mata, seja propositalmente, acidentalmente, ou até mesmo por ações irresponsáveis ao soltar balão. Então, isso acaba gerando essa situação, principalmente nesse tempo que vai começando ficar mais seco", alerta Thiago Karai Djekupe, indígena do povo Guarani Mbya.
O Pico do Jaraguá é o ponto mais alto da cidade de São Paulo e fica no bairro de mesmo nome, na zona norte da cidade. No local, foi criado o Parque Estadual do Jaraguá, uma das últimas áreas remanescentes de Mata Atlântica na Região Metropolitana de São Paulo. O território também é marcado pela presença do povo Guarani Mbya, que vive em cerca de cinco aldeias na região.
"É um bem para todos os paulistanos que aqui vivem. Então as pessoas precisam ter consciência que nós protegemos as nascentes, a gente que trabalha com a agrofloresta", apontou Thiago, destacando a contribuição dos indígenas no território.
"E aí quando o pessoal começa essas ações irresponsáveis, elas geram um prejuízo muito grande para nós, mas [também] para toda a cidade que perde a sua biodiversidade dentro da Mata Atlântica", concluiu.
Edição: Geisa Marques
