Um fenômemo climático conhecido como rio atmosférico deve manter as chuvas fortes no Rio Grande do Sul e pode causar mais estragos até o fim da semana. A defesa civil confirmou 10 mortes, 21 desaparecimentos e milhares de pessoas que tiveram que deixar suas casas por causa dos riscos dos temporais.
Mais de 100 cidades foram atingidas. Segundo informações da MetSul Meteorologia, as condições vão persistir por causa de um corredor de umidade, que traz grande quantidade de água da região amazônica para o Sul.
Isso acontece porque o centro do Brasil tem uma grande massa de ar seco e quente que causa um "bloqueio atmosférico" e canaliza as precipitações ao Rio Grande do Sul e o Uruguai. Junto com ventos de alta velocidade, o ar úmido pode resultar em tempestades violentas e "danos catastróficos"
"Como o ar quente tropical avança junto para Sul, forma-se uma combinação explosiva de umidade abundante com atmosfera muito aquecida, o que forma sucessivamente fortes a intensas áreas de instabilidade com volumes de chuva excessivos e temporais isolados com granizo e vendavais", alerta a organização.
De acordo com os cálculos divulgados pela MetSul, o cenário, que já é crítico, tem grandes chances de se agravar. "O que já é grave vai piorar. O cenário que enxergamos, sem meias palavras, deve evoluir para extremamente grave. Várias cidades devem enfrentar situação de calamidade a desastre."
Até o fim da tarde dessa terça-feira (30) alguns municípios tinham registrado volumes de água superiores e 200 mm. Em quatro dias choveu o equivalente a dois meses. Essas regiões podem receber temporais com ainda mais força até o fim de semana.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também divulgou alertas para o e estado, com risco de ventos intensos e descargas elétricas pelo menos até esta quinta-feira (2). Os avisos apontam "grande perigo" de acumulado de chuva em uma área que vai do extremo sul de Santa Catarina praticamente até a fronteira com o Uruguai.
Há possibilidade de alagamentos, transbordamentos de rios, deslizamentos de encostas, destruição de plantações e quedas de árvores. Mais de 570 municípios estão na lista dos que podem ser atingidos.
Edição: Matheus Alves de Almeida