O governo federal anunciou adiamento do Concurso Nacional Unificado (CNU) por causa da da tragédia climática atinge todo o estado do Rio Grande do Sul. Pelo menos 235 municípios foram atingidos pelas enchentes, mais de 30 pessoas morreram e cerca de 24 mil tiveram que deixar suas casas.
Inicialmente marcadas para este domingo (5), as provas do CNU ainda não têm nova data. Na quinta-feira (2), o governo chegou a anunciar que a aplicação seria mantida, mas fez uma reavaliação do cenário e definiu a mudança.
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou que o agravamento da situação inviabilizou completamente a realização do concurso. "Estamos diante de uma calamidade de proporções inéditas", em entrevista coletiva.
"Nossa ideia é que, com o adiamento, conseguiremos garantir que todas as pessoas vão realizar a prova nas mesmas condições. Teremos um concurso com respaldo jurídico importante. Temos um acordo assinado pela Procuradoria Geral do Estado, pela Defensoria Pública da União e pela Advocacia Geral da União, que nos dá esse respaldo para o adiamento."
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Em todo o Brasil, 2,6 milhões de pessoas se inscreveram para participar do processo seletivo, sendo 86 mil delas no Rio Grande o Sul. O estado tem diversas cidades submersas, mais de 170 estradas fechadas e populações ilhadas.
Na capital Porto Alegre, o Rio Guaíba chegou a níveis históricos e inundou ruas e construções. O acesso à região metropolitana está praticamente impossibilitado e relatos da população afirmam que começa a faltar gasolina nos postos de combustível.
O CNU seria realizado em mais de 200 cidades e a aplicação da prova envolveria cerca de 200 mil trabalhadores e trabalhadoras em todo o país. O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, informou que o adiamento das provas deve gerar um custo de R$ 50 milhões.
Ainda de acordo com Esther Dweck, as provas que já foram distribuídas devem ser recolhidas e "recentralizadas" até a definição de uma nova data. Esse processo contará com apoio de forças de segurança como Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Edição: Thalita Pires