Estudantes da principal universidade mexicana, a Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM), montaram acampamento na quinta-feira (2) para apoiar a luta do povo palestino contra o massacre conduzido por Israel na Faixa de Gaza. Desta forma, os estudantes, acadêmicos e funcionários da instituição se unem a dezenas de outras instituições de ensino pelo mundo que pedem o fim dos ataques israelenses.
A proposta foi aprovada durante a Assembleia Popular Interuniversitária, realizada na passada terça-feira nos corredores da Faculdade de Filosofia e Letras da UNAM, como demonstração de solidariedade com a Palestina e em repúdio à incursão militar israelita na Faixa de Gaza.
O protesto também exige que o governo mexicano rompa relações diplomáticas com o Estado de Israel.
⚠️‼️Estudiantes de la UNAM comienzan a instalar un campamento en apoyo al pueblo palestino y en rechazo al genocidio de Israel en Gaza.
— En la Retaguardia (@pueblopatriota) May 3, 2024
Los estudiantes mexicanos se suman así a las movilizaciones estudiantiles iniciadas en EE.UU. pic.twitter.com/SV3J0H9GJw
De acordo com relatos da mídia local, os organizadores esperam que estudantes e trabalhadores de outras instituições de ensino do país asteca, incluindo o Instituto Politécnico Nacional (IPN), se juntem ao acampamento. Até a manhã de sexta, foram instaladas 18 tendas, bem como cartazes e bandeiras palestinianas relacionadas.
Estados Unidos
Atos e acampamentos de estudantes vêm se multiplicando em diversos países nas últimas semanas. Desde 18 de abril, mais de duas mil pessoas já foram detidas por protestar em campi universitários dos EUA em solidariedade aos palestinos.
Só nesta quinta (2), cerca de 200 manifestantes foram presos na Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla).
Ocorreram vários confrontos entre manifestantes e forças polícias em diversas universidade, como Columbia, em Nova York e na Portland State, em Oregon. Em comum, além do fim do massacre, os protestos pedem que as instituições de ensino cessem programas de cooperação e investimentos em empresas que apoiem a campanha militar israelense, que já matou quase 35 mil palestinos, a maioria de mulheres e crianças.
A secção da Universidade de Columbia da Associação Americana de Professores Universitários (AAUP na sigla em inglês) pediu um voto de desconfiança contra o reitor da Universidade de Columbia, Minouche Shafik. Já o Departamento de Educação (DOE na sigla em inglês) anunciou na quinta que está investigando a Universidade de Columbia por discriminação anti-palestina contra os estudantes.
Apesar da violência de repressão aos protestos em Los Angeles e Nova York, onde o movimento de ocupação foi iniciado, estudantes de outras universidades começaram a declarar a vitória do movimento, depois de terem estabelecido acordos com os administradores das instituições - que teriam concordado com o desinvestimento em empresas que apoiam o governo israelense de Netanyahu.
A Universidade de Northwestern foi a primeira a anunciar publicamente um acordo na segunda-feira (29), seguido pelo acordo anunciado pela Universidade de Brown, na terça-feira (30). Universidades de todo o Canadá também protestam contra o massacre na Faixa de Gaza.
Pelo mundo
Estudantes de vários países europeus também se juntaram nos protestos. No Reino Unido, foram armados acampamentos nas universidades de cidades como Newcastle, Bristol, Warwick e Leeds. Na França, a polícia retirou violentamente manifestantes acampados na Sorbonne, em fins de abril.
A tropa de choque francesa segue removendo estudantes. Nesta sexta (3), o salão da Universidade Sciences Po foi evacuado sob gritos de "vergonha". A imprensa local afirma que um estudante iniciou greve de fome exigindo o fim do massacre. Desde outubro, protestos vêm ocorrendo em universidades da Itália e Espanha.
Na Índia, estudantes da prestigiada Jawaharlal Nehru (JNU), em Nova Délhi protestaram e levaram ao adiamento da visita do embaixador dos Estados Unidos, Eric Garcetti, ao campus. Na Austrália, ao menos sete universidades abrigam acampamentos em solidariedade aos palestinos.
Edição: Rodrigo Durão Coelho