O Rio Grande do Sul segue em estado de calamidade e emergência em cerca de 70% do seu território. Conforme os dias vão passando e as imagens vão se disseminando, um forte movimento de comoção se estabelece e as ações de solidariedade naturalmente despertam o interesse de muita gente Brasil afora e até mesmo no exterior.
Com as informações a respeito de iniciativas duvidosas que poderiam estar recebendo recursos e desviando sua finalidade de uso, ou mesmo o receio de doar para iniciativas governamentais que precisariam vencer entraves burocráticos e teriam demora para de fato fazer o recurso chegar até os atingidos e atingidas, muita gente tem entrado em contato com o Brasil de Fato RS e solicitado sugestões para encaminhamento dessas doações.
A sugestão que nossa redação apresenta são as ações dos Movimentos Sociais e Populares, que estão atuando na linha de frente das ações humanitárias, buscando garantir abrigo digno e alimentação básica para a população atingida, bem como apoiar as iniciativas de reconstrução nos locais onde as águas já retornaram ao nível de normalidade.
Missão Sementes de Solidariedade: Emergência
Uma das opções é a Missão Sementes de Solidariedade, da qual o Movimento dos Pequenos Agricultores e das Pequenas Agricultoras (MPA) faz parte. As doações são destinadas via PIX para a conta da Cáritas Brasileira, a chave é o CNPJ 33654419/0010-07.
Para quem não opera com PIX, as organizações participantes oferecem a opção de depósito através da conta no Banco do Brasil, número 55450-2, agência 1258-3, em nome da Cáritas Brasileira.
Participam desta ação ainda a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Diocese de Santa Cruz do Sul, Movimento dos Atingidos e Atingidas por Barragens (MAB), Instituto Koinós, CanoasTec, Ordem Franciscana através do Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC), Sindipetro RS, Grito dos Excluídos e das Excluídas, Instituto Conhecimento Liberta (ICL), Rede de Agroecologia Ecovida e cooperativas camponesas Cooperbio e Cooperfumos.
MAB e MTST: Solidariedade sim, mas sem perder o foco na ação
O Movimento dos Atingidos e Atingidas por Barragens (MAB) está atuando em diversas frentes. Ao mesmo tempo em que está nos territórios acompanhando em especial a situação das barragens que estão se rompendo e apurando a responsabilidade de estados e empresas nestes casos, tem mobilizado sua militância na implantação de Cozinhas Solidárias junto com o Movimento dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Sem Teto (MTST).
O objetivo é a instalação de 10 cozinhas solidárias em diferentes territórios atingidos, com especial atenção na região Vale do Taquari, no baixo Jacuí e nas ilhas do Guaíba, em Porto Alegre. Doações via PIX podem ser encaminhadas para o CNPJ 733164570001-83.
Há ainda outros meios de doação explicados neste link. Outra ação que se soma às Cozinhas Solidárias do MTST está publicada na plataforma Apoia.se, acessível através deste link, que inclusive está apto a receber doações de fora do país.
Mesmo atingidos, Sem Terras prestam sua solidariedade
O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) mais uma vez demonstra sua capilaridade social em um momento de crise humanitária.
Mesmo tendo alguns de seus assentamentos e cooperativas severamente atingidos pelas enchentes e grande parte da produção perdida, o movimento está alinhado na linha de frente, produzindo alimentação para atingidos e equipes de voluntários que estão nos territórios. Hoje foram produzidas 1,5 mil marmitas para os atingidos em Eldorado do Sul e São Leopoldo, na cozinha montada no Assentamento Filhos de Sepé, em Viamão.
O PIX para doações voltadas as ações do MST é o CNPJ do Instituto Brasileiro de Solidariedade: 09352141000148.
Doações por depósito bancário podem ser encaminhadas utilizando os seguintes dados: conta 30253-8, agência 3001, banco 350. Também está com uma campanha na plataforma Apoia.se, principalmente para doações internacionais, no site deste link.
Alimentação é o primeiro direito que deve ser garantido
“A solidariedade é a ternura dos Povos”, afirma o mote da campanha do Movimento das Trabalhadoras e dos Trabalhadores por Direitos (MTD). A cozinha popular instalada pelo movimento no bairro Guajuviras, em Canoas, está funcionando para atender as famílias desalojadas em função das chuvas. A demanda de alimentação no local é muito grande e vem crescendo ao longo dos últimos dias.
Doações de gêneros alimentícios e também trabalho voluntário estão sendo solicitados. Para quem pode contribuir financeiramente, foi disponibilizado o PIX 04.674.671/0001-99 (CNPJ da Associação Carlos Dorneles). Para doações de itens e orientação do voluntariado o contato é o número telefônico (11) 3424-2513.
Jovens mobilizam alimento e conscientização
Já o Levante Popular da Juventude instalou cozinhas comunitárias em diferentes espaços periféricos em Porto Alegre, locais onde também concentra e organiza doações de alimentos e materiais para famílias desabrigadas e em extrema vulnerabilidade. Uma grande faixa na cozinha solidária da juventude afirma que “Comer é um ato político” e no atual cenário essa afirmação ganha ainda mais representatividade.
Doações para o espaço que foi chamado de Cozinha Solidária da Juventude podem ser encaminhadas para duas diferentes chaves PIX 04.674.671/0001-99 (CNPJ) e 51999726020 (Celular).
Ao mesmo tempo em que mobilizam a preparação de refeições, os jovens do LPJ chamam para conscientização: “É urgente combater a crise climática a partir dos fundamentos socioeconômicos, debater e construir políticas públicas sociais e de infraestrutura que considerem as mudanças climáticas e as desigualdades em sua formação”, afirma a campanha de divulgação.
Comunidades indígenas atingidas também precisam de ajuda
O Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a ArpinSul e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) alertam que os impactos das chuvas e das cheias inéditas no RS também chegam de forma avassaladora em comunidades indígenas da região. Um levantamento colaborativo indica que mais de 80 comunidades e territórios indígenas foram diretamente afetados, alguns com extrema gravidade.
Para doar para as ações de socorro a estas comunidades, as organizações solicitam depósitos na Conta Corrente 128891-1, Agência 0321-2 (Banco do Brasil) ou diretamente pela chave PIX código 566601e8-72b1-4258-a354-aa9a510445d1.
Movimento Brasil Popular
Desde o início das enchentes, o Movimento Brasil Popular, junto de outras organizações populares, tem se colocado na linha de frente das ações de solidariedade aos milhares de atingidos pela cheia. Para reunir os alimentos que são usados na produção das marmitas, as roupas, calçados e materiais de higiene, foram abertos mais de 100 pontos de arrecadação e abrigos organizados pelos próprios moradores da capital gaúcha.
Para realizar a doação para esse movimento, basta acessar o link Abrigos e Locais de Coleta Enchentes e verificar em qual ponto é mais cômodo entregar seus donativos. Doações em dinheiro podem ser encaminhadas para o PIX 031.930.730-16 (CPF de Alexandre Garcia, Agente Popular de saúde).
CUFA está recebendo donativos em diferentes localidades
A Central Única das Favelas (CUFA) e a Frente Nacional Antirracista estão atuando em diferentes regiões conforme as necessidades específicas de cada localidade. Doações financeiras podem ser encaminhadas para o PIX [email protected]. A mobilização solidária para auxiliar as vítimas da enchente também centra esforços na arrecadação de alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal, remédios, água, roupas, calçados e cobertores.
Donativos podem ser encaminhados para os Centros de Distribuição da CUFA em Porto Alegre, Esteio, Sapucaia, Alvorada, Caxias, Esteio, São Leopoldo, Bento Gonçalves, Santa Maria e Passo Fundo. Endereços e telefones de cada ponto de arrecadação podem ser consultados no Instagram da organização.
Conforme destacam os dirigentes, a instituição se prepara, também, para ajudar em um segundo momento que envolve a reestruturação das casas afetadas pela enchente.
Uma cuida da outra: feminismo, diversidade e solidariedade
Outra ação que colocamos em destaque com o sugestão para receber doações é a ação solidária "Uma cuida da outra", promovida pelo Coletivo Feminista Gabriela Leite, realizada em parceria com o Fórum Ong AIDS RS e GAPA RS em apoio à mulheres CIS e TRANS em situação de vulnerabilidades, atingidas pelas catástrofes climática, política e social. As doações para essa ação podem ser encaminhadas através da plataforma Vakinha, por este link.
A cobertura do Brasil de Fato RS também pede apoio para se manter ativa
O Brasil de Fato RS por sua vez permanece com a sua própria campanha de solidariedade ativa, com objetivo de manter em operação as atividades de reportagem e a equipe que está trabalhando na cobertura da tragédia. Quase toda nossa equipe está sediada em Porto Alegre e cidades da região Metropolitana que foram severamente atingidas. Como o jornal não trabalha na lógica comercial/capitalista e sim dá vez e voz aos trabalhadores e trabalhadoras, não possui entrada de verbas publicitárias significativas.
Para apoiar as ações do Brasil de Fato RS você pode fazer doações pontuais através do PIX do Instituto Cultural Padre Josimo, entidade mantenedora do nosso noticioso, através da Chave CNPJ 06.942.198/0001-09. Também podem ser realizados depósitos diretamente para o ICPJ, na conta número 78485-0, agência 5607, Cresol (banco 133). Outra forma de apoiar o BdF-RS é através da plataforma Apoia.Se, neste link.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Katia Marko