alívio

Abastecimento de água volta aos poucos em cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre 

Na capital, das seis estações de tratamento de água, quatro estão em funcionamento, três com capacidade reduzida

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
“É vital que as prestadoras dos serviços de água e energia somem esforços para atender a demanda de água e restabelecer o abastecimento", destaca IPH/Ufrgs - Foto: Jorge Leão

Gradativamente as cidades de São Leopoldo, Novo Hamburgo e Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, estão retomando a captação e abastecimento de água. O processo teve inicio nesta terça-feira (7). Já na capital, das seis estações de tratamento de água, quatro estão em funcionamento, sendo três com capacidade reduzida.

Em comunicado nesta terça, a Comusa, empresa municipal que presta serviço de água e esgoto em Novo Hamburgo, disse que realizou 100% da captação e que o abastecimento será feito gradativamente, com previsão de normalização e alcance para toda a cidade até sexta-feira (10). 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Em São Leopoldo, cidade vizinha a Novo Hamburgo, o Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae), o restabelecimento também vem sendo feito de forma gradual. Na manhã desta quarta, segundo informe da autarquia a água começava a chegar no centro da cidade. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Já em Canoas, a Corsan informou que começou a retomada gradual do abastecimento de água na noite desta terça. De acordo com a nota publicada pela companhia, uma estação flutuante de captação de água foi construída em cerca de 24 horas junto ao rio Gravataí, na estação de tratamento Niterói.

A nova estação deve abastecer todo o lado leste de Canoas, abrangendo os bairros Niterói, Nossa Senhora das Graças, Marechal Rondon, Estância Velha, Olaria, Igara, Guajuviras, São José e Brigadeira. Segundo a Corsan, esse lado da cidade concentra 80% dos moradores, já que a parte oeste foi evacuada devido aos alagamentos.

De acordo com a companhia, o fornecimento de água pode oscilar nas primeiras horas. Caminhões-pipa continuarão sendo utilizados, por tempo indeterminado, para garantir o abastecimento de água tratada na cidade.

Na capital quatro estações estão em funcionamento. Menino Deus, Tristeza, São João e Belém Novo estão em atividade, porém, com a capacidade de tratamento reduzida. Por isso, em alguns locais a água ainda não chegou e em outros há baixa pressão.

De acordo com o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), a estação da Moinhos de Vento está bastante comprometida, em razão da inundação dos equipamentos que captam água e levam para o tratamento. "Nossas equipes seguem trabalhando para tentar recuperar os equipamentos. Ainda não temos previsão", informou a autarquia. A estação das ilhas foi destruída, e precisará ser refeita.

As empresas dos municípios pontuam que a água pode a princípio ser turva, mas que é potável e segura para o consumo. 

De acordo com o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no momento, os rios afluentes ao Guaíba apresentam lenta redução em níveis elevados (Jacuí, Sinos, Gravataí) ou moderados (Taquari). Sem precipitações elevadas nas últimas 24h na maior parte do RS, e até 50 mm na região Sul.  

Não há previsão de precipitação significativa nas próximas 24h, com exceção da região Sul do RS. Há previsão de elevada precipitação nos próximos 5 dias podendo ter acumulados maiores de 200 mm entre sexta-feira e domingo no norte do RS (Guaíba e Taquari-Antas). Possibilidade de maiores volumes nos próximos 10 dias. Previsão de vento sul mais intenso a partir de sábado/domingo (30 km/h). 

O Instituto lançou uma nota nesta terça-feira sobre a necessidade urgente do reabastecimento da água. "Após o resgate e assistência às vítimas diretamente afetadas por desastres, o restabelecimento do fornecimento de água emerge como a mais crucial medida de resposta, conforme protocolos estabelecidos por organizações reconhecidas, como a ONU, a OMS e a Defesa Civil. Em desastres de larga escala, é frequente que o número de pessoas atingidas e os impactos gerados pela escassez de água, de modo indireto, ultrapasse o efeito direto do próprio desastre", afirma. 

O texto faz ponderações em relação a curto, médio e longo prazo.  

"É vital que as prestadoras dos serviços de água e energia somem esforços para atender a demanda de água e restabelecer o abastecimento. Contudo, ações e estratégias em paralelo devem ser viabilizadas, levando em consideração o cenário atual de lento retorno do nível do Guaíba e possíveis mudanças, como novas chuvas e direção do vento", finaliza a nota.

O documento completo pode ser conferido neste link.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Katia Marko