reajuste salarial

Movimento grevista da educação pública federal realiza ato unificado em ao menos oito estados

Dia nacional de luta em defesa das instituições federais foi realizado nesta quinta-feira (9), em várias capitais

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Mobilização saiu do Museu Nacional e seguiu até o Ministério da Educação, em Brasília - Rafaela Ferreira

Técnicas e técnicos, docentes e estudantes federais foram às ruas de Brasília, nesta quinta-feira (9), em defesa das universidades, institutos e Centros Federais de Educação e Tecnologia (Cefets). Do Museu Nacional da República ao Ministério da Educação (MEC), manifestantes ecoaram palavras de ordem para que o governo federal estabeleça uma reestruturação da carreira e reajuste salarial, que depende da recomposição do Orçamento Federal para a Educação. 

O ato unificado também teve como objetivo mostrar para a sociedade as principais demandas da educação federal brasileira. As atividades ocorreram, ao longo do dia, em diversos outros estados, como Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Acre, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. No Rio Grande do Sul, as manifestações foram suspensas devido à catástrofe ambiental vivenciada no estado.

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De acordo com o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação da Universidade de Brasília (Sintfub), Edmilson Rodrigues de Lima, as reivindicações buscam trazer de volta verbas para as universidades, reposição salarial e a reestruturação de carreira, que está pronta desde 2005. Além disso, a manifestação também destacou a falta de investimento na permanência estudantil. A categoria está em greve desde o dia 11 de março.

“Com relação a reposição salarial, precisamos recuperar as perdas que tivemos. Temos o menor salário do serviço público, o menor vale alimentação, e os menores auxílios”, disse Lima. “Também queremos garantir que, hoje, nas universidades públicas, haja uma democratização da permanência. Precisamos ter investimento nas bolsas e nos laboratórios. Além do fortalecimento das bibliotecas e salas de leituras, internet e, principalmente, na assistência estudantil”.

Com o propósito de unificar lutas, os estudantes também somaram forças na mobilização desta quinta-feira. De acordo com Monna Rodrigues, diretora de Integração Estudantil do Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília (DCE UnB) Honestino Guimarães, o momento também é uma oportunidade para os discentes buscarem vitórias para o movimento estudantil.

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"Estamos na batalha para que os estudantes também somem, não só como apoio às greves das entidades, mas também construam suas próprias greves para que a gente também coloque as reivindicações dos estudantes na mesa”, explica Monna. 


Manifestação teve como trajeto o Museu da República até o Ministério da Educação, em Brasília / Rafaela Ferreira

O ato unificado de luta também teve como pautas o fim das intervenções nas universidades, a ampliação do orçamento destinado às Instituições Federais de Ensino (IFES) e a paridade entre ativos e ativas, além dos aposentados e aposentadas. Atualmente, de 10 servidores que entram nos IFs, sete saem para outras instituições, como informou Flavio Salles, membro do Sindicato que representa os servidores técnicos e docentes do Instituto Federal de Brasília (IFB), o Sinasefe. “Hoje, o salário inicial dos técnicos administrativos é de R$ 2.600,53, aproximadamente", completou.

Durante o ato, o também representante do Sinasefe, Romaildo de Sousa, afirmou que a expectativa também é tentar fazer com que o governo marque uma nova rodada de negociações, tanto para os técnico-administrativos quanto para os docentes.

Na caminhada rumo ao MEC, as entidades cobraram um posicionamento do governo federal frente às reivindicações das categorias, em especial do ministro da Educação. "Camilo Santana está no ministério para privilegiar os interesses privados da educação. Precisamos que o ministério atenda os interesses da educação pública desse País", disse um dos representantes durante fala de ordem. 

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Suspensão de aulas remanescentes 

Durante reunião desta segunda-feira (6), o Conselho Superior do IFB determinou que ficasse suspensa as aulas remanescentes da instituição, ou seja, as aulas que continuaram sendo ministradas mesmo após a deflagração da greve, iniciada no dia 3 de abril no IFB. 

Flavio explica que a escolha configura uma vitória para os técnico e docentes, mas também aos estudantes que não serão prejudicados pela continuidade das aulas. 

Apesar da suspensão, o IFB entende que as atividades acadêmicas e administrativas que dependem de fomento externo ou parceiras com outras instituições deverão ser mantidas, sendo realizados os ajustes necessários. 

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Flávia Quirino