Há exatos 104 anos, no domingo 12 de maio de 1918, a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, realizou a primeira celebração do Dia das Mães no país. A iniciativa foi da Associação Cristã de Moços do Rio Grande do Sul (ACM-RS).
Naquele segundo domingo de maio, também chovia na capital gaúcha. A ACM-RS conta que seu salão social foi aos poucos se enchendo de gente para celebrar a figura materna.
"Na ante-sala, em uma mesa, envelopes e papel de correspondência convidavam aqueles que tivessem as mães distantes para que lhes escrevessem uma mensagem de afeto. Na entrada do salão, vasos de cravos vermelhos e brancos enfeitavam o ambiente, e cada pessoa que entrava recebia uma flor que era colocada em sua lapela por Eula Kennedy Long, brasileira e esposa de Frank Millard Long, secretário-geral da ACM", diz texto publicado no site da entidade.
Os cravos representavam uma simbologia delicada. Pessoas com mães vivas, usavam vermelhos nas lapelas, enquanto filhos de mães já falecidas, os brancos. Após discurso oficial, ocorreu uma apresentação musical e declamação de poesias, feita pela escritora Júlia Lopes de Almeida.
O exemplo gaúcho se espalhou pelo país. No ano seguinte, a ACM do Rio de Janeiro celebrou a data, em 1921, a de São Paulo. Em 1932, Getúlio Vargas decretou que ela se tornasse feriado oficial e, em 1947, o dia foi incluído no calendário oficial da Igreja Católica.
Origem pacifista
Em 1918, o secretário geral da ACM-RS, Frank Long, importou a comemoração, inspirado em seu país, os Estados Unidos, onde a data era oficialmente celebrada - também no segundo domingo de maio - desde 1914. A conquista foi resultado de campanha conduzida desde 1907 por Anna Jarvis na Igreja Metodista da Virgínia Ocidental.
Sua intenção era honrar a memória de sua própria mãe, falecida dois anos antes - justamente no segundo domingo de maio. A mãe de Anna, Ann Reeves, havia sido uma ativista pela paz, que durante a Guerra Civil dos EUA, cuidou de feridos de ambos os lados.
Pelo mundo, o Dia das Mães é celebrado em datas variadas. Em Portugal, e demais países lusófonos da África, ele ocorre no primeiro domingo de maio, mês das festividades de Santa Maria, mãe de Jesus. na Noruega, ele acontece em fevereiro, e na Argentina, em outubro.
Com o tempo, data foi se tornando uma das mais importantes do ano para o comércio. No Brasil, ela é a ocasião que mais aquece a economia no primeiro semestre - e a segunda no ano, atrás apenas do Natal - movimentando mais de R$ 30 bilhões. Mas sua ideia original era ser um momento de reflexão pela paz e o diálogo.
Edição: Rodrigo Durão Coelho