O presidente russo, Vladimir Putin, destituiu o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, do seu cargo no último domingo (12). O novo chefe da pasta será o ex-vice-primeiro-ministro dos Assuntos Econômicos, Andrei Belousov.
Shoigu passa a ocupar o cargo de secretário do Conselho de Segurança da Rússia, substituindo Nikolai Patrushev, chefe do cargo desde 2008, e considerado um dos políticos mais influentes do Kremlin.
A mudança de quadro acontece no âmbito da formação do novo governo, após Putin assumir o seu novo mandato presidencial. As especulações para a possível demissão do então ministro da Defesa começaram já no dia 7 de maio, dia da posse do quinto mandato do presidente. A maioria dos quadros de alto escalão devem permanecer inalterados.
Serguei Shoigu chefiava o Ministério da Defesa desde 2012. A mudança de cargo, no entanto, não pode ser encarada como um enfraquecimento ou diminuição de importância de Shoigu no círculo político do Kremlin, considerando o importante peso que o Conselho de Segurança tem nas estruturas de poder do país.
Ao comentar a mudança de um ministro da Defesa em meio à guerra da Ucrânia em curso, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, explicou a necessidade de substituir o chefe da pasta afirmando que "o Ministério da Defesa deve estar absolutamente aberto à inovação, à introdução de todas as ideias avançadas, para criar condições para a competitividade econômica".
"Aparentemente, foi por isso que o presidente escolheu a candidatura de Andrei Removich Belousov", disse Peskov.
"Hoje, o vencedor no campo de batalha é aquele que está mais aberto à inovação, mais aberto à implementação o mais rápido possível. E, portanto, é natural que no estágio atual o presidente tenha decidido ter um chefe civil no Ministério da Defesa", acrescentou Peskov.
Andrei Belousov atuava como vice-primeiro-ministro e conselheiro de Putin para a política econômica do país.
Já o decreto presidencial sobre a destituição de Nikolai Patrushev especifica a "transição para outro emprego" como o motivo da sua demissão, no entanto ainda não foi especificada qual será a nova função do ex-secretário do Conselho de Segurança.
Lavrov alerta Ocidente
Durantes as consultas realizadas no Conselho da Federação (câmara alta do parlamento russo) para a renovação do mandato do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, nesta segunda-feira (13), o chanceler afirmou que se os países ocidentais quiserem resolver a crise ucraniana no campo de batalha, Moscou está pronta para isso.
"É um direito deles, se quiserem estar no campo de batalha, será no campo de batalha", disse o diplomata.
Lavrov reiterou que a Rússia tem afirmado repetidamente que está pronta para realizar negociações, mas apenas "tendo em conta o reconhecimento das realidades atuais".
O ministro indicou ainda que a conferência sobre a Ucrânia que será realizada na Suíça para junho se resume apenas a elaborar um ultimato a Moscou. A Rússia não foi convidada para participar da cúpula sobre as discussões de resolução da guerra.
Edição: Leandro Melito