precariedade

Após registro de larva em prato de aluno, Conselho de Alimentação aponta má qualidade da merenda escolar no DF

Segundo o CAE/DF, a quantidade também é insuficiente; Secretaria de Educação diz que problema já foi resolvido

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
CAE visitou escola em que larva foi encontrada no arroz e oficiou órgãos competentes - Andre Borges/Agência Brasília

A merenda escolar do Distrito Federal voltou a ser alvo de discussões, em razão da qualidade e quantidade, após um aluno da escola CEM Setor Leste, na Asa Sul, ter registrado, no início do mês, a imagem de um prato com larva na comida. O Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) segue apontando falhas na compra e também no armazenamento dos produtos para a alimentação escolar, enquanto a Secretaria de Educação do DF (SEEDF) afirma que as Unidades Escolares estão recebendo os alimentos adequadamente.

Após o episódio da larva, o Conselho de Alimentação Escolar (CAE/DF), formado por integrantes do governo do Distrito Federal (GDF), Sinpro e outros agentes da sociedade civil, oficiou os órgãos competentes. "O conselho foi à escola e verificou que o problema foi o arroz. E a Secretaria [de Educação] sabia desse problema, pois foi ela mesma que pediu para tirar do depósito 410 quilos de arroz que estariam com carunchos", afirmou Samuel Fernandes, representante do Sinpro no CAE/DF.

"Nós verificamos isso no dia seguinte, registramos tudo isso no nosso relatório, já fizemos as denúncias para os órgãos de controle e pedimos inclusive explicações também para a Secretaria de Educação a respeito de tudo isso", acrescentou Samuel ao falar sobre o episódio, que segundo ele seria fruto da má qualidade dos alimentos e da má gestão realizada pelo GDF.

"Não é responsabilidade da escola e não é falta de verba, porque verba tem. Os itens são de péssima qualidade e podem ter sido entregues às escolas já contaminados", apontou Samuel, destacando que o CAE/DF e o Sinpro continuam recebendo uma série de reclamações de gestores das escolas sobre a qualidade e a quantidade de alimentos que recebem.

De acordo Samuel, as escolas também têm recebido menos alimentos do que o necessário e em alguns casos é preciso fazer redução na quantidade de proteína no preparo. "A carne vermelha, bovina, não vem sendo entregue às escolas, pelo menos não estava regularizado até esse mês de maio. No início de mês, não tinha praticamente [carne vermelha], grande parte das nas 700 escolas não tinham recebido a carne e outros gêneros alimentícios também", denunciou o representante sindical.

Por outro lado, em nota, a Secretaria de Educação do DF (SEEDF) assegurou que as Unidades Escolares estão recebendo todas as proteínas desde 5 de abril, que seriam decorrentes da assinatura dos novos contratos. No início de abril, o racionamento de alimentos ou variedades de proteínas foi uma das principais reclamações e a discussão chegou na Câmara Legislativa do Distrito Federl (CLDF), onde a SEEDF afirmou que a situação estava sendo regularizada.

"A Pasta ressalta ainda que a distribuição de alimentos aos alunos tem sido realizada de forma sistemática pelos fornecedores, com os produtos perecíveis sendo entregues semanalmente e os não perecíveis mensalmente", afirmou a nota da SEEDF, acrescentando: "a composição dos cardápios leva em consideração tanto a disponibilidade dos itens adquiridos por meio de licitação e contratação, quanto a sazonalidade dos produtos da agricultura familiar, promovendo uma alimentação balanceada e diversificada".

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Márcia Silva