Rio Grande do Sul

Rede de Solidariedade: 11 mil toneladas de doações de todo o Brasil já chegaram pelos Correios

Mais de 500 servidores da estatal estão envolvidos nas ações, entre carteiros, atendentes e administrativos

Brasil de Fato | Porto Alegre |
"Assim como eu, outros colegas foram atingidos pela enchente, e mesmo assim estão atuando como voluntários, porque a calamidade na verdade atingiu a todos" - Foto: Carlos Messalla

Em meio a uma das maiores tragédias climáticas e ambientais do país, que já afetou mais de 93% do estado Rio Grande do Sul - 461 municípios -, também se prolifera a onda de solidariedade. Entre elas aquela que chega de todo o país através dos Correios. De acordo com a estatal, até o momento, 11 mil toneladas já chegaram ao Estado, sendo que três toneladas foram entregues à Defesa Civil, em Porto Alegre. Na linha de frente deste trabalho, inúmeros servidores de diversas áreas, como carteiros, atendentes, administrativos, do RS e de outros estados. 

De acordo com o superintendente estadual dos Correios no Rio Grande do Sul, Christian Eduardo Silva Santos, os Correios tem mais de 500 empregados auxiliando a Defesa Civil na separação, triagem e entrega das doações recebidas. A instituição ainda está contribuindo com 150 veículos para transporte de alimentos, água, e de desabrigados, conforme orientação da equipe da Defesa Civil. Segundo Santos, as doações captadas nas agências do país são transportadas, gratuitamente, para Defesa Civil do Rio Grande do Sul, que determina o destino dos materiais.

Segundo informa o superintendente cerca de 300 trabalhadores ficaram desabrigados ou foram intensamente atingidos pela situação de calamidade no Estado. Para apoiar estes empregados, os Correios estão realizando o pagamento de um salário-base adicional, que está previsto no Acordo Coletivo 2023/2024. “Também estamos monitorando constantemente a situação desses colegas atingidos para podermos auxiliar com campanhas de apoio solidário”, afirma.

Entre os servidores afetados, que mesmo assim está na linha de frente, está Cristiano Fagundes, que conversou com o Brasil de Fato RS. “Eu sou lotado no CE-Centro, em Porto Alegre, na Siqueira Campus, 637, o local onde foi atingido pelas enchentes. Como não estou conseguindo trabalhar, nenhum dos meus colegas está conseguindo trabalhar ali, estamos como voluntários ajudando na base do CDD Vila Jardim, na Saturnino de Brito, local que não foi atingido pela enchente.” A esposa de Cristiano também está atuando como voluntária. 

Mobilização 

“Assim como eu outros colegas foram atingidos pela enchente, e mesmo assim estão atuando como voluntários, porque a calamidade na verdade atingiu a todos. Não só nós, nossos familiares, nossos entes, todos os nossos amigos. Estamos procurando dar o nosso melhor. Assim como a empresa está fazendo a logística do transporte tanto de doações das águas até mesmo de pessoal para os abrigos”, pontua Cristiano.

No momento o servidor de carreira está trabalhando em algumas missões de logística pelo Correio. Na conversa com o BdFRS ele estava na BR-116, onde ele e um colega motorista de São Paulo estavam levando água potável, doação para a Defesa Civil de Canoas, uma das cidades mais atingidas pelas enchentes. 


300 trabalhadores ficaram desabrigados ou foram intensamente atingidos pela situação de calamidade no Estado / Foto: Carlos Messalla

“Gostaríamos de aproveitar o espaço para agradecer a todas as pessoas que estão levando suas doações até os Correios e contribuindo para essa grande ação solidária que a empresa está liderando em todo o Brasil para auxiliar o povo gaúcho neste momento tão difícil. Também deixo aqui o meu agradecimento a todos os colegas que estão atuando nessa operação especial. Esse é um serviço realizado voluntariamente pelos Correios e que reforça o nosso importante papel social como empresa pública”, finaliza o superintendente Christian. 

O Brasil de Fato RS acompanhou nesta quarta-feira (15) os trabalhadores dos Correios no CDD Vila Jardim, maior unidade das que estão operando na logística de doações. No local foi criado um complexo nos galpões da antiga CEEE, onde atuam diversos órgãos, entre eles servidores dos Correios e da Defesa Civil. É nesse espaço que chega boa parte da carga de doações que são organizadas e distribuídas. No dia a equipe acompanhou a movimentação tanto no CDD Vila Jardim onde existe a triagem, como entregas de água na Sogipa e de roupas no Sambódromo de Porto Alegre.


A CDD Vila Jardim é a maior unidade das que estão operando na logística de doações / Foto: Carlos Messalla

Onde realizar as doações 

Nesta quinta-feira (16), os Correios anunciou a suspensão temporária da coleta de doações de vestuário para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. De acordo com a empresa, 70% dos itens arrecadados são roupas e calçados, e já há estoque suficiente, conforme alinhado com a Defesa Civil. A medida vale para todo o país.

As doações podem ser realizadas em todas as mais de 10 mil agências dos Correios do Brasil. Quem quiser contribuir, pode levar os donativos na agência mais próxima. Para conferir os endereços e horários das agências em todo o país, basta consultar o site dos Correios. De acordo com o superintendente, no momento, a autarquia está aceitando as doações de água, alimentos da cesta básica, ração para pets, material de limpeza seco e de higiene pessoal.

No Rio Grande do Sul, as doações podem ser entregues nas agências centrais dos municípios de Anta Gorda, Arvorezinha, Bagé, Butiá, Cachoeira do Sul, Camaquã, Campo Bom, Canoas, Charqueadas, Esteio, Estrela, Fontoura Xavier, Guaporé, Ilópolis, Jaguarão, Mato Leitão, Montenegro, Nova Bréscia, Novo Hamburgo, Pântano Grande, Parobé, Pelotas, Rio Grande, Rio Pardo, Salto do Jacuí, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa, Santo Ângelo, São Borja, São Leopoldo, São Lourenço do Sul, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Sobradinho, Taquara, Taquari, Teutônia, Venâncio Aires e Vera Cruz. 

Em Porto Alegre, a arrecadação acontece nos Centros de Distribuição Domiciliária (CDDs) Antônio de Carvalho (Avenida Bento Gonçalves, 6613, Partenon) e Vila Jardim (Avenida Saturnino de Brito, 46, Vila Jardim); nos CDDs Cavalhada (Rua Camaquã, 408) e Restinga (Estrada Barro Vermelho, 59). Todos funcionam das 8h às 17h.

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Foto: Carlos Messalla


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Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Katia Marko