Desde o dia que foi lançada nas redes sociais, em 4 de maio, a campanha "As trabalhadoras das UTs [Unidade de Triagem] precisam da nossa ajuda", arrecadou até o dia 14 de maio o total de R$ 52.732,58. Em 10 dias, a mobilização obteve doações de várias partes do país, de organizações, como a Sociedade Brasileira de Bioética, Associação dos Docentes da UFRGS (ADUFRGS), pequenas empresas e muitas pessoas físicas.
Integrantes do grupo de resíduos do coletivo POA Inquieta iniciaram a campanha em parceria com o Centro de Educação Ambiental (Cea), onde fica o Centro de Triagem da Vila Pinto, fundado por Marli Medeiros em 1996, no bairro Bom Jesus em Porto Alegre.
Uma parte do recurso, mais precisamente R$ 1.215, foi destinada às catadoras da UT Santíssima, para a compra de botas e luvas, equipamentos de proteção individual. Também foram destinados R$ 240 para a aquisição de bags [grandes sacos] para a UT da Zona Norte. Em reunião realizada na última terça (14), os representantes dos catadores e catadoras levantaram suas necessidades, que estão sendo atendidas na medida do possível.
"Quando a campanha foi idealizada, não tínhamos ideia do tamanho do desastre que seria. Já acompanhávamos a situação das Unidades de Triagem de Porto Alegre e sabíamos que muitas famílias estavam sofrendo com as péssimas condições de trabalho e com o baixo valor obtido com a venda dos recicláveis", explica Sílvia Marcuzzo, uma das idealizadoras da iniciativa, articuladora do POA Inquieta. Como o problema foi ficando cada vez maior, outras organizações que também já estavam envolvidas com a causa dos catadores, a coordenação do movimento passará para o Fórum das Associações e Cooperativas de Catadores e Catadoras de Porto Alegre.
Agora a campanha foi batizada de SOS Catadoras das Unidades de Triagem de Porto Alegre. A execução dos encaminhamentos é do Centro de Educação Ambiental (CEA) e o apoio do coletivo POA Inquieta, Agência Compromisso, pesquisa acadêmica Mãos que Reciclam, empresa Apoena Socioambiental e campanha Coleta Seletiva Viva.
O valor arrecadado é ainda insuficiente para dar conta das demandas dos trabalhadores de 16 associações e cooperativas que atuam na capital. Dessas, seis unidades foram atingidas severamente pela enchente. Há 94 catadores e catadoras desalojados de suas residências, em abrigos ou casas de familiares, sem nenhuma previsão de retorno aos seus ambientes de trabalho.
Outras 10 unidades seguem em funcionamento, mas enfrentam muitos problemas para a comercialização dos resíduos em razão das dificuldades logísticas e de questões enfrentadas pelos compradores em decorrência do desastre climático. Vale ressaltar que a categoria vive daquilo que consegue vender, portanto, a campanha é de extrema necessidade.
Doações em dinheiro podem ser feitas pelo Pix: [email protected] ou Depósito bancário: Centro Cultural Marli Medeiros (CEMME) - Banco Banrisul Agência: 0027 Conta Corrente 06.855515.8-7
Doações de água e alimentos não perecíveis: Centro de Educação Ambiental (CEA): rua T, 143, bairro Jardim do Salso (Contato: Paula Medeiros 51 98500-2474)
O comprovante deve ser enviado para o e-mail do Pix: [email protected]
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Katia Marko