Uma mobilização nesta quarta-feira (22) na região central da capital paulista vai marcar o ato que vai protocolar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) na cidade de São Paulo.
Representantes de entidades sindicais, movimentos populares, partidos políticos e outras organizações vão se concentrar a partir das 14h, junto ao Tribunal de Justiça (TJSP, na Praça da Sé), para a mobilização. Os movimentos articulados vão acionar o judiciário para derrubar definitivamente a privatização dos serviços de saneamento na maior cidade do país.
No último dia 2 de maio, sob protestos, os vereadores de São Paulo aprovaram a privatização da Sabesp com 37 votos favoráveis e 17 contrários. No dia seguinte, a votação chegou a ser anulada pela Justiça. Entretanto, em 7 de maio, nova decisão judicial derrubou a liminar e manteve a privatização da Sabesp na capital paulista.
O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), que representa os trabalhadores e trabalhadoras da Sabesp, organiza a mobilização. A entidade promete acionar todas as instâncias do Judiciário para reverter a decisão.
"A lei municipal [sobre a privatização] é inconstitucional. Além de causar problemas para o erário público e ter uma série de questões que prejudicam o município, ela avança em atribuições que não são do município. Por isso vamos protocolar essa ação. Esperamos ter um ato grande para marcar esse momento", afirmou ao Brasil de Fato o presidente do Sintaema, José Faggian.
A mobilização desta quarta é mais um capítulo de uma luta que envolve diversas categorias contra as privatizações, que são desejo antigo do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O sistema de transporte público também está ameaçado, com planos de desestatização total dos serviços de trens de passageiros e do metrô.
"A gente teve, ao longo do ano passado, muitas lutas. Desde o momento que o governador iniciou o processo de estudo da privatização da Sabesp, iniciamos um grande processo de luta", destacou José Faggian, citando o plebiscito popular que teve resposta quase unânime contra a privatização e as greves unificadas, realizadas junto a outras categorias.
Edição: Matheus Alves de Almeida