Durante a crise ambiental e social no Rio Grande do Sul, os Correios receberam mais de 15 mil toneladas de doações para as vítimas das chuvas e enchentes no estado.
Desse total, mais de 3,5 mil toneladas já foram entregues para a Defesa Civil. O restante da carga está sob a gestão logística da empresa, sendo liberada a partir de orientações da Defesa Civil. No Paraná, não é diferente e superintendência estadual da empresa pública aponta 760 toneladas enviadas de itens essenciais, caso da água, material de higiene e limpeza. E ainda aponta mais 700 toneladas prontas para envio, aguardando sinal da Defesa Civil do estado gaúcho.
Os números foram divulgados pelo presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, em entrevista coletiva em Porto Alegre, no dia 21 (terça). A ação, que vem sendo desenvolvida pela estatal desde o dia 2 de maio, abrange o recebimento, a triagem, o transporte e a entrega de itens vindos de todas as regiões brasileiras com destino à sede da Defesa Civil, na capital gaúcha. Conta também com forte trabalho voluntário.
De acordo com o presidente ecetista, a intenção é ampliar a rede para trazer 500 toneladas de doações por dia ao Rio Grande do Sul.
No Paraná, no mesmo sentido, as agências têm coordenadora, concentrado e, na primeira semana da catástrofe, até buscado doações quando necessário.
"Nos primeiros dias, fizemos o trabalho de buscar coletas, doações expressivas, suspendemos o recebimento de ações de vestuário e grandes doações. Por mais de uma semana. Agora estamos com a coleta nos pontos de atendimentos dos Correios, materiais prioritários, água, higiene, limpeza, ração, centralizados nos centros de tratamento, onde fazemos triagem e preparação conforme o alerta da Defesa Civil", explica Marcos Paim, superintendente estadual dos Correios do Paraná.
Para ele, a capacidade de logística, infraestrutura e capilaridade nos municípios brasileiros faz a diferente nas ações dos Correios em casos emergenciais.
"O Correios têm um papel social, não apenas gerar lucro, mas foi criado com missão social, que é integrar o Brasil, integrar as pessoas, estamos colocando logística e expertise para contribuir. Equipes fazendo logística de entrega na ponta, montando cestas e armazéns, empresa pública a serviço do governo", aponta.
Reconhece que há dificuldades nesse processo. "Nosso desafio é atuar em momento de calamidade, dificuldade de chegar ao Rio Grande do Sul, viagens que levam 16 horas, não foi planejada", afirma.
Doações
As doações podem ser realizadas em todas as mais de 10 mil agências dos Correios do Brasil para serem transportadas, gratuitamente, para a Defesa Civil no Rio Grande do Sul, mostrando que a ação em escala do Estado é fundamental.
A ação integrada está sendo realizada por iniciativa conjunta da Diretoria Executiva da estatal e do Ministério das Comunicações, pasta à qual a empresa está vinculada e que atua no grupo de crise criado para enfrentar a situação.
No Paraná, Paim ressalta ainda que há quase dois mil voluntários cadastrados separando vestuário masculino e feminino, "associações, funcionários da UFPR, o MST que também se voluntariou, o que não seria possível apenas com nosso quadro funcional", reconhece.
Empresa lucrativa e monopólio de serviço postal
Entre os anos de 2020 a 2022, o governo de Jair Bolsonaro sinalizou a privatização da empresa pública submetida ao governo federal. Os serviços online de compra e venda aumentaram e os Correios é uma empresa lucrativa, cobiçada por grupos internacionais e alguns nacionais.
Além de eficaz e enraizada no Brasil profundo, os Correios não onera a União: "Além da prestação dos serviços públicos postais nos 5.570 municípios brasileiros, onde dá lucro, há ainda um pacto federativo em que os estados recebem receitas divididas pelos estados superavitários", confira no artigo .
O que doar (por ordem de prioridade)
– Água e itens de cesta básica (verifique a validade de todos os itens e não doe se estiverem vencidos ou perto do vencimento);
– Ração para pet;
– Itens de higiene pessoal (escova de dente, creme dental, sabonete, absorventes, papel higiênico e fraldas infantis e geriátricas);
– Itens de limpeza (secos, como sabão em barra, sacos de lixo, panos de limpeza, luvas, escova de limpeza, esponjas).
*Os Correios não estão aceitando, temporariamente, doação de vestuário, conforme entendimento com a Defesa Civil.
Para facilitar a triagem das doações:
– Cestas básicas devem ser entregues já fechadas ou com os alimentos reunidos em sacos transparentes.
– O ideal também é que os itens de higiene pessoal sejam entregues já reunidos em kits, em sacos transparentes.
– Separe os itens por categorias e coloque em caixas ou sacolas que podem ser fechadas/amarradas.
– Coloque em caixas ou sacola com boa vedação, com cuidado para não haver rasgos ou furos.
Voluntariado
Os Correios estão recrutando pessoas para ajudar na triagem de donativos nas cidades de Brasília (SOF Sul); nos municípios de Cajamar e Guarulhos, na Grande São Paulo; e em Curitiba, Cascavel e Londrina, no Paraná.
As inscrições podem feitas pelo e-mail [email protected] (Paraná), e devem conter nome completo e telefone de contato.
Mais informações sobre a atuação como voluntário também podem ser obtidas nesses e-mails de contato.