O prédio do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) está ocupado por estudantes e lideranças indígenas, que cobram que a reitoria ofereça moradia indígena, considerada uma garantia econômica e cultural para permanência dos 64 alunos da instituição oriundos de povos originários.
"A implementação de um programa de moradia para acadêmicos indígenas na Universidade Federal do Paraná é uma medida essencial para garantir a equidade, apoiar a permanência estudantil, fomentar o intercâmbio cultural e reafirmar o compromisso com os direitos humanos", afirma documento de pauta do movimento.
De acordo com Eloy Jacintho, liderança indígena em Piraquara, a estrutura não deve ser apenas uma casa de estudantes. A ideia é que contenha traços culturais e particulares. "É preciso alguma conexão com a realidade com os povos que estão ali, com certo espaço. Não pode ser só um prédio, estou imaginando assim. Por isso o nome de 'Maloca indígena'", afirma.
Em live na página dos estudantes, Gislaine, indígena Caingangue oriunda do Rio Grande do Sul e presidenta do coletivo dos acadêmicos indígenas da UFPR, aponta as dificuldades que hoje essa comunidade estudantil passa.
"Você precisa se alimentar, precisa de moradia e não tem esse auxílio. Então, passei por várias situações que me levaram a pensar: será que eu gosto do curso de Nutrição? A moradia indígena é importante porque precisamos desse apoio. Afinal, quantos permanecem?", questiona.
Ela relata um percurso de preconceito por parte dos professores e ausência de condições, além de insegurança alimentar – o que justifica a necessidade da moradia estudantil indígena.
Outro lado
A reportagem não conseguiu entrar em contato com a Assessoria de Comunicação da UFPR por conta da greve dos funcionários técnico-administrativos da instituição. O espaço segue aberto para respostas.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Lucas Botelho
