Ciclone

Inmet solta alerta de perigo para chuva e vento no RS, que tem 169 mortos pelas enchentes e 5 por leptospirose

Quantidade de pessoas em abrigos diminui para 48 mil, mas estado gaúcho segue com mais de meio milhão de desabrigados

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Um mês após o início da tragédia climática, a capital gaúcha segue alagada - Vitor Shimomura

Ainda sob enchentes em diversas regiões e sob alerta de "perigo" para novas chuvas, o Rio Grande do Sul chega a cinco pessoas mortas por leptospirose desde que os temporais começaram, há um mês. De acordo com informe epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde, outras 124 notificações da doença foram confirmadas e 922 estão em investigação. 

Um homem residente de Viamão foi a vítima mais recente da infecção, que é transmitida a partir da urina de ratos e outros animais em meio à água suja. As outras mortes confirmadas aconteceram nos municípios de Travesseiro, Venâncio Aires, Cachoeirinha e Porto Alegre. Todas as vítimas eram homens.

O número de desaparecidos desta que é a maior tragédia climática da história do estado gaúcho diminuiu nas últimas 24 horas. Antes eram 56 e, agora, 53. As mortes, segundo o boletim da Defesa Civil desta terça-feira (28), seguem em 169. 

Outro número em queda é o das pessoas vivendo em abrigos. A semana iniciou com 55.813 pessoas nessa condição e, nesta terça, são 48.789. São ainda 581.638 pessoas desalojadas, ou seja, que tiveram de sair dos seus lares mas que estão acomodadas, por exemplo, em casas de parentes. Somando os dois números, o Rio Grande do Sul tem 630.427 pessoas fora de suas casas.  

Alckmin e Pimenta se reúnem com centrais sindicais 

Em reunião com lideranças sindicais em Caxias do Sul nesta segunda-feira (27), o vice-presidente Geraldo Alckmin reforçou que o governo vai liberar juro zero em algumas políticas de auxílio, como o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).  

As medidas, já anunciadas anteriormente, passaram a valer a partir da reunião, que contou com representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB).  

O encontro na sede do Sindicomerciários tratou da previsão governamental de investir R$15 bilhões em programas de apoio para empresas e indústrias. Entre os demais presentes, estavam o ministro Paulo Pimenta, à frente da Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do RS, e representantes dos ministérios do Trabalho e Emprego; do Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte; da Integração; e Desenvolvimento Regional. 

Alerta

Enquanto isso, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou um alerta de “perigo” para tempestades e ventos costeiros no Rio Grande do Sul. A previsão é que, acompanhadas pela queda de temperatura, chuvas de 50 a 100 milímetros e ventos intensos de 60 a 100 km/h atinjam o sudoeste e sudeste do estado nesta terça-feira (28). 

A partir de quarta-feira (29), quando o ciclone se afasta da costa brasileira em direção ao oceano, a previsão é que o clima ganhe maior estabilidade.  

Lixo chega ao oceano 

Captada no último domingo (26) pelo Laboratório de Oceanografia Dinâmica da Universidade Federal do Rio Grande (Lods/Furg), uma imagem de satélite mostra uma mancha de resíduos saindo da Lagoa dos Patos para o oceano.  

Os sedimentos – formados por terra, argila, areia, esgoto e lixo – viajaram centenas de quilômetros por outros rios transbordados pelas enchentes. Chamada de “pluma”, a mancha cinza foi registrada entre os dias 17 e 20 de maio se deslocando do Guaíba, na capital Gaúcha, até a Lagoa dos Patos.  

Por conta do padrão de circulação costeira, uma das possibilidades aventadas pelos pesquisadores é que parte deste lixo seja despejado na areia e nas águas da Praia do Cassino, no município de Rio Grande.  

Edição: Felipe Mendes