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Maduro diz que convocará ‘grande diálogo nacional’ depois das eleições na Venezuela

Presidente da Venezuela afirmou que vai reunir diferentes setores para discutir 'um novo modelo de sociedade'

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Maduro disse também que a extrema direita na Venezuela se move “pelo ódio” - Prensa Presidencial

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (27) que convocará um “grande diálogo nacional” depois das eleições marcadas para 28 de julho. Segundo o mandatário, o debate com diferentes setores da sociedade terá como objetivo garantir a “paz, estabilidade, crescimento econômico e um novo modelo de sociedade”.

“Estendi a mão e vou convidá-los para o maior diálogo que já foi realizado pela paz, pela estabilidade, pelo crescimento econômico, por um novo modelo de sociedade. Empresários, agricultores, todas as forças políticas democráticas, verdadeiramente com vocação para criar a democracia, para respeitar a Constituição”, disse o presidente em seu programa semanal Con Maduro+.

Maduro é candidato do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e busca seu 3º mandato. Ele foi eleito pela primeira vez em 2013, depois da morte do ex-presidente Hugo Chávez e enfrentará outros nove candidatos na corrida eleitoral. O principal adversário, até agora, é o ex-embaixador Edmundo González. Ele foi escolhido pela Plataforma Unitária depois da inabilitação da ultraliberal María Corina Machado, que está impedida de concorrer a cargos públicos por 15 anos.

Em seu programa, o presidente falou também sobre a oposição da Venezuela. Ele disse também que a extrema direita no país se move “pelo ódio”,  que vencerá as eleições e vai “forçá-los a trabalhar pela paz do país”.

“A Venezuela é muito maior que essa direita extremista recalcitrante. A Venezuela tem setores maravilhosos que surgiram no calor destes anos de luta. É muito maior que aquele pequeno grupo de pessoas que só odeiam, muito maior que eles, e eles terão que se submeter aos ditames da Constituição, à decisão que o povo vai tomar. Tenho certeza de que iremos contê-los e forçá-los a trabalhar pela paz do país”, afirmou.

Críticas a Milei

O chefe do Executivo venezuelano também voltou a criticar o presidente da Argentina, Javier Milei. Disse que o argentino tem a intenção de “destruir o Estado argentino” e entregar as Ilhas Malvinas para os EUA usarem como base militar.

“Milei tem a tarefa de destruir o Estado argentino, destruir a economia argentina, entregar o território, entregar as Malvinas para servirem de base militar dos Estados Unidos na América do Sul e depois simplesmente destruir a cultura, a ciência, a educação, a tecnologia, grande capacidade da nação argentina”, afirmou.

Os dois países cortaram relações diplomáticas depois da eleição do atual mandatário argentino e têm trocado farpas pela imprensa. Milei já chamou Maduro de “ditador” e disse que encabeçaria uma articulação contra a Venezuela para que as sanções contra o país aumentassem.

A relação entre Venezuela e Argentina piorou desde o envio do avião da estatal venezuelana Emtrasur aos Estados Unidos. A aeronave estava retida desde junho de 2022 em Buenos Aires por uma cooperação judicial entre Argentina e Estados Unidos. Cerca de 2 meses depois da posse de Javier Milei, o avião foi confiscado pelos EUA e enviado para a Flórida. O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela disse que o avião havia sido “roubado”.

Depois disso, a Venezuela fechou o espaço aéreo para voos que tenham como origem ou destino a Argentina.

Edição: Rodrigo Durão Coelho