Moradores de Canoas fizeram um protesto em frente à Câmara de Vereadores do município nesta terça-feira (28). Eles arremessaram ovos na fachada do prédio do Legislativo e tentaram entrar no edifício, mas foram impedidos pela Guarda Municipal. A população questiona vereadores sobre as áreas que continuam alagadas e sobre os gastos da prefeitura em resposta à enchente.
O presidente da Câmara, Cris Moraes, se reúne nesta tarde com sete representantes dos moradores. O batalhão de choque da Brigada Militar esteve presente no local e as ruas Ipiranga e 15 de Janeiro foram bloqueadas.
Vítimas da enchente criticam gastos da prefeitura
A Prefeitura de Canoas firmou um contrato de R$ 217,2 mil para a compra de camisetas destinadas à identificação dos voluntários que atuam nas enchentes no Rio Grande do Sul. A decisão foi anunciada pela gestão municipal no Diário Oficial, na última quarta-feira (22). A empresa contratada para o fornecimento é a Central Mask Confecções Personalizadas. Segundo nota da prefeitura, a contratação possui caráter “emergencial”.
Anteriormente, em 17 de maio, a administração do prefeito Jairo Jorge (PSD) havia assinado um contrato de R$ 91,8 mil para a aquisição de coletes de identificação dos servidores municipais envolvidos nas frentes de trabalho contra as enchentes em Canoas. Nesse caso, o fornecedor contratado foi Nilma de Cassia de Almeida Wilborn.
No Instagram oficial da Prefeitura de Canoas, a administração municipal reforça por meio de postagem que "a quantidade de camisetas é, em primeiro lugar, necessária em razão do grande montante de voluntários atuando na cidade. A aquisição dos itens seguiu todos os processos legais. Os itens são importantes para garantir a organização e a segurança das equipes que estão nas ruas e nos abrigos, distinguindo quem é abrigado e quem está trabalhando, além de facilitar o reconhecimento dessas pessoas por parte da população. Canoas ultrapassou o número de 10 mil voluntários que ajudaram a salvar vidas de pessoas e animais. Não há nenhuma propaganda da prefeitura, sequer há menção, e sim apenas o brasão da cidade."
A indignação das vítimas foi expressa tanto em comentários nas redes sociais quanto nas ruas, especialmente entre aqueles que estão há mais de 20 dias com suas casas inundadas pela maior enchente da história de Canoas.
"Tem bairros que continuam alagados, não consegui voltar pra ver minha casa desde o começo de tudo isso. Não dá pra acreditar que as camisetas foram a prioridade nesse momento onde temos questões muito mais urgentes. O bairro Mathias Velho todo ainda debaixo d’água, muito triste", questiona a moradora Carolina de Lima.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Katia Marko