O governo do México anunciou na terça-feira (28) que apresentou um pedido formal para fazer parte da ação que tramita na Corte Internacional de Justiça (CIJ), na qual o Estado de Israel é acusado de cometer um genocídio contra a população palestina residente na Faixa de Gaza.
O processo foi iniciado em janeiro deste ano por iniciativa da África do Sul e afirma que a ação militar iniciada em outubro passado pelo governo sionista de Benjamin Netanyahu, que já causou a morte de mais de 36 mil civis palestinos, configura uma violação da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, documento que Israel assinou e, portanto, se comprometeu a respeitar.
No comunicado em que anunciou sua decisão, o governo do México explicou que o país “pretende intervir para contribuir com seu ponto de vista sobre a possível construção do conteúdo das disposições da Convenção relevantes para este caso”.
Se trata do terceiro país latino-americano que pede para fazer parte do processo. Anteriormente, Colômbia e Nicarágua apresentaram solicitações semelhantes.
Os três pedidos precisam ser aceitos pela CIJ para que o país em questão possa fazer parte do processo. No entanto, antes de tomar a decisão, a Corte solicita as partes já envolvidas (no caso, África do Sul e Israel) que apresentem suas posições sobre o ingresso de um novo ator no processo.
Atualmente, os pedidos de Colômbia e Nicarágua se encontram nessa fase, em que a Corte espera receber os pareceres israelense e sul-africano para tomar a decisão sobre a aceitação ou não dos mesmos.
Vale recordar que, na última sexta-feira (24), a CIJ ordenou que Tel Aviv interrompa a sua ofensiva militar contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
“Israel deve suspender imediatamente a sua ofensiva militar em Rafah ou qualquer outra ação que imponha condições de vida capazes de provocar a destruição física total ou parcial da população residente na localidade”, afirmou o presidente do tribunal, Nawaf Salam, durante a audiência que anunciou a medida.
No entanto, Israel ignorou a ordem e continuou bombardeando alvos em Rafah, como aconteceu no último domingo (26), quando chegou a matar 45 pessoas, algumas delas incineradas, no campo de refugiados de Tal as-Sultan. Todas as vítimas eram crianças, mulheres e idosos.