A presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, agradeceu na tarde desta segunda-feira (3), a ligação do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que a cumprimentou pela vitória nas eleições de domingo (2).
"Agradeço ao presidente Lula por seu apelo para reconhecer o triunfo do nosso movimento. O México e o Brasil são grandes nações unidas por uma visão e valores comuns. Reafirmamos nossa amizade e vontade de continuar construindo um futuro compartilhado", escreveu Sheinbaum em seu na rede social X.
Agradezco al presidente @LulaOficial por su llamada para reconocer el triunfo de nuestro movimiento. México y Brasil somos grandes naciones unidas por una visión y valores comunes. Refrendamos nuestra amistad y voluntad de seguir construyendo un futuro compartido. https://t.co/gUSpNnkOtl
— Dra. Claudia Sheinbaum (@Claudiashein) June 3, 2024
Na tarde desta segunda, Lula felicitou a eleição de Sheinbaum "por ser uma mulher progressista à frente da presidência do México". "Uma vitória da democracia, e também pelo meu grande companheiro López Obrador que fez um governo extraordinário. Eu pretendo viajar ao México este ano para fortalecer nossas relações comerciais. Somos as duas maiores economias da América Latina e podemos ter um maior fluxo entre os empresários de ambos os países", postou o presidente brasileiro em seu perfil no X.
A fala de Lula se somou às saudações de líderes dos Estados Unidos, Rússia, União Européia, América Latina e Caribe pela eleição da nova presidenta do México.
A cientista Claudia Sheinbaum, de 61 anos, será a primeira mulher a se tornar presidenta do México, indica a contagem oficial dos votos realizada pelo Instituto Nacional Eleitoral (INE). A candidata governista aparece 30 pontos à frente de sua adversária, Xóchitl Gálvez, senadora e empresária de centro-direita e de raízes indígenas.
Política externa progressista
Além da ampliação das relações comerciais com o México destacada por Lula, ambos os países têm mantido posições próximas na política externa tanto regional quanto mundial em temas como o repúdio à invasão da embaixada mexicana no Equador e o genocidio palestino cometido por Israel na Faixa de Gaza.
Na última terça-feira (28), o governo do México apresentou um pedido formal para fazer parte da ação que tramita na Corte Internacional de Justiça (CIJ), na qual o Estado de Israel é acusado de cometer um genocídio contra a população palestina residente na Faixa de Gaza. Já o presidente Lula também já acusou o genocídio israelense em suas falas.
Na quarta-feira (29), o presidente brasileiro elevou novamente o tom contra Israel e retirou de forma definitiva o embaixador brasileiro no país. O governo não indicou substituto e a embaixada será liderada pelo chefe de negócios, em sinal claro da redução de importância que as relações com Israel passam a ter para o Brasil.
No início de abril, Lula manifestou apoio ao México na disputa diplomática contra o Equador após a invasão da embaixada mexicana em Quito. Policiais do Equador usaram a força para invadir e prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que estava refugiado no local desde dezembro. A invasão ocorreu no mesmo dia em que o México concedeu asilo político a Glas, decisão que aprofundou a tensão diplomática entre os dois países.
Edição: Leandro Melito