CORRIDA PRESIDENCIAL

'Trump tem jogado muito bem como um candidato antissistema', diz professor da UFRRJ

Mesmo condenado, cenário eleitoral norte-americano segue em disputa, analisa Pablo Ibañez

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Condenação pode trazer efeitos negativos, mas serve também ao papel de vítima de perseguição, diz especialista - AFP

A disputa pela presidência dos Estados Unidos acontece em novembro, mas já movimenta o noticiário internacional. Provável candidato republicano, o ex-presidente Donald Trump foi condenado na semana passada por fraude financeira ocorrida durante as eleições de 2016, quando ocultou um pagamento de US$ 130 mil feito por seu advogado para comprar o silêncio da atriz Stormy Daniels, com quem teve um encontro sexual.

Para entender como a condenação pode influenciar a corrida eleitoral, o programa Central do Brasil desta segunda-feira (3) conversou com Pablo Ibañez, professor de geopolítica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

De acordo com Ibañez, ainda é cedo para analisar as eventuais consequências nas eleições das condenações de Trump. "Um ponto seria o fato de a condenação trazer um efeito muito negativo para a campanha do Trump, mas por outro lado, às vezes isso pode trazer um papel de vítima do sistema, que é algo que o Trump tem jogado muito bem como um candidato antissistema, que trabalha contra o 'sistema corrupto' do Judiciário americano."

Além disso, ele pondera que a atuação dos EUA nas guerras em curso podem prejudicar Biden. No caso do conflito entre Rússia e Ucrânia, os altos valores que o Congresso Americano, com o apoio do próprio presidente Biden, tem enviado à Ucrânia, são uma questão sensível. Já a guerra de Israel contra a Palestina vem angariando cada vez mais oposição, especialmente entre os jovens, situação que pode impulsionar a candidatura de Trump. 

"Isso para a população dos Estados Unidos não tem sido bem visto. Esses dois fenômenos geopolíticos internacionais têm favorecido Trump, que ainda surfa essa onda de ser um candidato antissistema voltado aos interesses nacionais americanos", explica Ibañez.

Biden tem visto queda em todos os indicadores em relação à sua aprovação, afirma o especialista. "Ainda que a economia americana não vá tão mal, os eleitores americanos estão entendendo que a economia vai mal, além de outros grandes temas como o tema do aborto, que são muito caros à sociedade americana."

A entrevista completa, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta segunda-feira (03) do Central do Brasil, que está disponível no canal do Brasil de Fato no YouTube.

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Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 13h, pela Rede TVT e por emissoras parceiras.

Edição: Thalita Pires